ba!
interj.
ETIM. adap. do kimb. Mba!, interj. ms. || Interj. de
encorajamento (Não ligues!) [Ribas] ou aquiescência (Pois não!) [Assis Jr.].
ba atuka.
kimb.
O.OC. Ba’tuka. || v. Batuque.
baba.
top.
ETIM. Obaba, umb. s.(o-, olo-), água potável.
|| Enseada da prov. do Namibe. Embora a palavra Baba em herero (dos Cuvales)
signifique concha e no mar da enseada existam “uns pequenos bancos de moluscos
lamelibrânquios que ali vivem e se reproduzem”, o mais provável é que este
top., cf. Cristão, tenha origem umbundo. [Cristão 2006:44].
babuzela.
s.f.
|| mq. Vuvuzela.
“Vejam
lá que vinha cá em casa com babuzelas afinal, para nos ensarilhar a nós todos.”
Xitu
1980:22.
bacado.
adj.
de Bacar. O.OC. Bakado. || Arregaçado,
arremangado.
bacar.
v.tr. ETIM. Kubaka,
kimb. v., ms. [Assis
Jr.]. ||
Arregaçar, arremangar.
bacafima.
adj.
e s.cd. ETIM. kwa. Ovakafima, s.(omu-, ova-). || mq.
Cafima.
bacalhau.
s.m.
||1. estender ou apertar
o b.: cumprimentar com aperto de mão. ||2. b.-injuriado: prato gastr. de
bacalhau guisado em óleo de palma e temperado com jindungo.
bacalhoada.
s.f.
|| Cumprimento, aperto de mão.
ba-cancala, bacancala.
adj.
e s.cd. O.OC. Mucancala. ||
Designação por que é também conhecido o povo Bochimane, do grupo etnolinguístico
Koisan, e o seu dialeto. O nat., o hab. ou o que pertence ou se refere a esse
povo ou reg. [Redinha
1970].
bacano.
adj.
e s.cd. ETIM. adap. de Bakanu, kik. s.(mu-, ba-). || Designação
por que é também conhecido o povo Cano, do grupo etnolinguístico Quicongo, e o
seu dialeto, da língua do mn. O nat., o hab. ou o que pertence ou se refere a
esse povo ou reg. [Redinha
1970].
ba-cassequere, bacassequere.
adj.
e s.cd. || Designação por que é também conhecido o povo Bochimane, do grupo etnolinguístico
Koisan, e o seu dialeto. O nat., o hab. ou o que pertence ou se refere a esse
povo ou reg. [Redinha
1970].
bachicongo.
adj.
e s.cd. ETIM. adap. de Baxikongo, kik. || O.OC. de Baxicongo.
baco.
adj.
e s.cd. ETIM. adap. de Mbaku, kimb. s.(-, ji-), homem
impotente, que não faz filhos [Assis Jr.] e umb. Mbako,
s.(o-, olo-), estéril, infecundo [Daniel]. O.OC. Mbaco.|| Estéril, homem ou qualquer animal;
infecundo; impotente.
“Incompleto, eu, o muadié lavra o auto? Baco?” Vieira 1979:37.
mbaco.
adj.
e s.cd. || O.OC. de Baco.
“Por dentro, muito
por dentro do silêncio, seu maternal ventre, hoje já mbaco pela força dos anos,
parto em doída lembrança, ventre sofrendo novas convulsões, grita dores, as
carnes sofrem facadas e, como Joana desejada se nega vir ao mundo, tia caiu em
agonizante desmaio […].” Macedo
1977:123.
ba-congo .
s.cd.
ETIM. adap. de Bakongo, kik. s.(mu-, ba-), ms. O.OC. Bacongo. ||
Designação por que é também conhecido o povo Muxicongo, do grupo etnolinguístico
Quicongo, e o seu dialeto, da língua do mn. O nat., o hab. ou o que pertence ou
se refere a esse povo ou reg. [Redinha 1970].
bacongo .
s.cd.
ETIM. adap. de Bakongo, kik. s.(mu-, ba-), ms. ||1. Designação por que
é também conhecido o povo Cacongo, do grupo etnolinguístico Quicongo e o seu dialeto,
da língua do mn. O nat., o hab. ou o que pertence ou se refere a esse povo ou
reg. [Redinha
1970]. ||2. Designação por que
é também conhecido o povo Muxicongo, do grupo etnolinguístico Quicongo, e o seu
dialeto, da língua do mn. O nat., o hab. ou o que pertence ou se refere a esse
povo ou reg. [Redinha
1970].
“D. Pedro passeava agora de mãos atrás das
costas, ao longo da extensa varanda do Palácio, atapetada de mosaicos
artísticos, e limitada por arcadas de pedra, com finas e resistentes colunas de
pau-ferro talhado à maneira das artes do marfim, em que os bacongo se revelavam
artesãos sem par.”
Abranches
1996:127.
“O pai era um ajudante de enfermeiro, natural
da região, e a mãe uma senhora de M’Banza Congo, que se dedicava ao comércio de
panos e se vangloriava de pertencer à linhagem real bacongo.” Agualusa 2003a:75.
bacossa.
adj.
e s.cd. ETIM. Makosa, txok. s.(ka-, tu-). ||
Designação por que é também conhecido o povo Minungo, do grupo etnolinguístico
Quimbundo, e o seu dialeto, da língua do mn. O nat., o hab. ou o que pertence
ou se refere a esse povo ou reg. [Redinha 1970].
bacuando.
adj.
e s.m. || Designação por que é também conhecido o povo Cuissi, do grupo etnolinguístico
Vátua, e o seu dialeto, da língua do mn. O nat., o hab. ou o que pertence ou se
refere a esse povo ou reg. [Redinha 1970].
bacuangar, ba-cuangar.
adj.
e s.cd. ETIM. adap. de Ovakwangali, kwa. s.(omu-, ova-). || mq.
Cuangar.
bacuanhama, ba-cuanhama.
adj.
e s.cd. ETIM. adap. de Ovakwanhama, kwa. s.(omu-, ova-). || mq.
Cuanhama.
bacuamátui.
adj.
e s.cd. ETIM. adap. de Ovakwamatwui, kwa. s.(omu-, ova-). ||
mq. Cuamato.
bacuisso, ba-cuisso.
adj.
e s.m. || Designações por que é também conhecido o povo Cuissi, do grupo etnolinguístico
Vátua, e o seu dialeto, da língua do mn. O nat., o hab. ou o que pertence ou se
refere a esse povo ou reg. [Redinha 1970].
baçula.
s.f.
|| O.OC. de Bassula.
“Meninos mulatos que fizeram a infância em
confusão de baçulas na praia, mais tarde chamada morena, e em histórias
encontradas nos olhos da lua do Casseque.” Rui 1991000:13.
baçulado.
adj.
|| O.OC. de Bassulado.
“O mar impunha agora
uma vaga a crescer, fazendo a impressão de que o barco andava pelos saltos que
fazia ao entrar na boca de onda baçulada depois de pinar-lhe a crista e
morder-se na boca de outra.” Rui 1999:21.
baçulagem.
s.f.
|| O.OC. de Bassulagem.
“Perdera paciência de
se emboscar sem mexer, baçulagem do rabo para vencer sem esforço, não mais
gozação de lutar.”
Rui
1999:45.
baculamento.
s.m.
ETIM. Kubakula, kimb. v., pagar tributo,
contribuição, dízimo, imposto [Assis Jr.]. || Tributo de vassalagem que os sobas, com
esse estatuto reconhecido, pagavam à Coroa Portuguesa.
baçular.
v.
intr. e tr. || O.OC. de Bassular.
“Depois a lembrança
daquele sonho recente a baçular-lhe as esperanças de um regresso rápido.” Arrimar 2002:12.
baçuleiro.
s.m.
|| O.OC. de Bassuleiro.
baçulista.
s.m. || O.OC. de Bassulista.
badinga.
adj.
e s.cd. O.OC. Baringa. || Nome
por que se designam a si próprios os Cacongos, do grupo etnolinguístico
Lunda-Quioco; o seu dialeto, da língua do mn. O nat., o hab. ou o que pertence
ou se refere a esse povo ou reg. [Redinha 1970].
badinje,
adj.
e s.cd. ETIM. adap. do kik. Badinji, s.(mu-, ba-), ms. || mq. Dinje.
badinji.
kik.
s.(mu-, ba-). || mq. Dinje.
baeta.
s.f.
|| Tecido felpudo de lã. ETNO. “Sendo encarnada,
serve para facilitar ao feiticeiro a morte de alguém, bastando-lhe oferecer um
fio às miondonas – espíritos tutelares – dessa pessoa. Se forem
escrupulosamente cultuadas segundo os mandamentos da religião, o malefício não
frutifica. Na incorporação de alguns calundus – seres espirituais evoluídos –
os quimbandas e xinguiladores acobertam-se sob um pano desse tecido, aplicado à
maneira de capa. Conforme os espíritos que actuarem, assim varia a cor da
baeta: encarnado, para Mutakalombo – entidade espiritual da fauna aquática; e
azul, para Mutanjinji – entidade espiritual da fauna terrestre. Para Kûku
Mukita e Mukita a Suku – entidades espirituais da demência – empregam zuarte.” [Ribas 1997:12].
bagagem.
s.m.
|| Bicuatas, imbambas.
bagongo.
adj.
e s.m. ||1. Nome por que é
também conhecido o povo Cacongo, do grupo etnolinguístico Lunda-Quioco, e o seu
dialeto, da língua do mn. O nat., o hab. ou o que pertence ou se refere a esse
povo ou reg. [Redinha
1970].
bagonguero.
s.m. || Designação que os Ambundos dão
aos Luimbes.
bagu.
gir.
s.m. de Bago. SIN. Bagurino, Cumbú. ||
Dinheiro.
bagurino.
gir.
s.m. || o mq. Bagu.
s.m.
||1. TAX. Animalia, Teleostei,
Siluriformes, Ariidae, Arius heudelotii (Valenciennes in Cuvier and Valenciennes,
1840), (bagre-de-boca-lisa) syn. A. mercatoris, Bagrus goreensis, Tachysurus
heudelotii, T. mercatoris; Arius latiscutatus
(Günther, 1864), (bagre-da-gâmbia), syn. A. biscutatus, A. gambensis,
A. gambiensis, A. gigas, A. lagoenses, Carlarius latiscutatus, Tachysurus gambensis, T. lagoenses; Carlarius parkii (Günther,
1864), (bagre-da-guiné), syn. Arius africanus,
A. parkii, A. capellonis, A. granulatus, A. heudeloti, A. heudelotii,
Galeichthys latiscutatus, Hexanematichthys latiscutatus, Tachysurus capellonis, T. capellonsis, T. gambensis, T. heudelotti;
Plicofollis polystaphylodon (Bleeker, 1846), (bagre-de-moçambique), syn. Arius polystaphilodon, A. polystaphylodon, Tachysurus
polystaphylodon. ZOO. Os barbos ou
peixes-gatos que ocorrem em Angola são peixes siluriformes, tanto de água doce como
de água salgada. Na generalidade têm corpo alongado e arredondado, cabeça larga
e ligeiramente achatada na parte superior, focinho arredondado e boca inferior.
Apresentam barbilhos maxilares que podem atingir a base das barbatanas
peitorais, e mandibulares mais curtos. As barbatanas dorsais e peitorais são
dentadas, fortes e erécteis e a caudal bifurcada, com lóbulos longos e
pontiagudos. ECO. Encontram-se em
águas costeiras, estuários e rios. Alimentam-se de invertebrados bentónicos
enterrados na lama, zooplâncton, camarões, caranguejos, poliquetas, outros
peixes, moluscos e detritos. Por vezes podem deixar o fundo para capturar
presas em águas abertas. As fêmeas poem grandes ovos que são incubados e se
desenvolvem na cavidade bucal dos machos, período durante o qual parece que a
espécie continua a alimentar-se. Os raios das barbatanas são venenosos e a
ferida infligida é extremamente dolorosa. UTIL. Para alimentação humana são comercializados
principalmente frescos, mas também se secam, principalmente os de água doce. [FishBase, ITIS,
Species 2000].
“carnaval
carnaval carnaval … / cheiro de bode cheirando de lábios revirados o mijo das
cabras / cheiro de bagre seco repousando na calma das quindas / cheiro de
catinga em nossos sovacos ardentes” Barbeitos 1977:22.
baholo.
adj.
e s.m. e pl. impr. de Holo, kimb.
s.(mu-, a-). || Designação por que é também conhecido o povo Holo, do grupo etnolinguístico
Quimbundo, e o seu dialeto, da língua do mn. O nat., o hab. ou o que pertence
ou se refere a esse povo ou reg. [Redinha 1970].
bahungo.
adj.
e s.m. pl. de Hungu ou Muhungu (cf. Vicente Martins 1990). || Designação por que é também conhecido o
povo Hungo, do grupo etnolinguístico Quimbundo, e o seu dialeto, da língua do
mn. O nat., o hab. ou o que pertence ou se refere a esse povo ou reg. [Redinha 1970].
baiaca.
adj.
e s.cd. ETIM. adap. de Bayaka, kik. s.(mu-, ba-). || Designação
(cf. Capelo e Ivens) por que é também conhecido o povo Iaca, do grupo etnolinguístico
Quicongo, e o seu dialeto, da língua do mn. O nat., o hab. ou o que pertence ou
se refere a esse povo ou reg. [Redinha 1970].
s.m.
ETIM. tupi Gwambaya’ku. O.OC. Balhacu. || TAX. Animalia, Teleostei,
Tetraodontiformes, Diodontidae/ Tetraodontidae , Canthigaster rostrata (Bloch,
1786), fam. Tetraodontidae, (baiacu-de-espinho), syn. C. rostratus, Prilonotus caudacinctus, Spheroides
asterias, Tetrodon capistratus, T. ornatos, T. rostratus; Chilomycterus
spinosus mauretanicus (Le Danois 1954), fam. Diodontidae, (porco-espinho-listado), syn. Atinga atinga maurwtanicus, Chilomycterus antennatus, C. orbicularis; Ephippion guttifer (Bennett, 1831), fam. Tetraodontidae, (baiacu-de-pintas),
syn. E. guttiferum, E. maculatum, Hemiconiatus guttifer, Tetraodon
guttifer, Tetrodon guttifer, T. pustulatus; Lagocephalus
laevigatus (Linnaeus, 1766), fam. Tetraodontidae, (baiacu-verde), syn. Holocanthus melanothos, Lagocephalus pachycephalus, Tetraodon laevigatus, Tetrodon laevigatus, T. lineolatus; Sphoeroides marmoratus (Lowe, 1838), fam. Tetraodontidae, (baiacu-marmoreado),
syn. Sphaeroides spengleri, Sphoeroides spengleri, Tetrodon marmoratus, Tetrodon spengleri. [IUCN LC], [FishBase, ITIS,
Species 2000].
ZOO. Os baiacus são
peixes que ocorrem em Angola e apresentam o corpo sem escamas, coberto por placas
ósseas ou espinhos ósseos (fam. Tetraodontidae), ou espinhos bem desenvolvidos
e afiados (fam. Diodontidade); a pele é áspera ao tato e a boca, terminal e
pequena, apresenta quatro dentes fundidos em quatro placas, duas em cada um dos
maxilares (fam. Tetraodontidae), ou duas placas inteiriças, uma no maxilar
superior e outra no inferior (fam. Diodontidade), com capacidade suficiente
para cortar com facilidade linhas e anzóis, para além do exosqueleto dos
animais de que se alimenta. Têm a capacidade de inflar o corpo quando
ameaçados, o que lhes dá o nome comum de peixe-balão; distendem o corpo mole,
enchendo-o de ar e água, para que o predador não consiga devorá-los, uma vez
que, de tão inflados, podem aumentar 3 vezes o tamanho normal. Não são
utilizados na alimentação em virtude da grande probabilidade de ocorrência de
intoxicação, em virtude das toxinas que produzem. No entanto, no Japão e na
Coreia a sua carne é altamente apreciada. ECO. Habitam recifes e habitats marginais, como
os campos de ervas marinhas, regiões costeiras de baixa profundidade, em
estuários, preferindo substratos com areia e lama, em baías e golfos, no
Atlântico, Mediterrâneo e Mar Negro. A dieta consiste em ervas marinhas,
esponjas, caranguejos e outros crustáceos, moluscos, poliquetas, ouriços-do-mar,
estrelas-do-mar, hidróides e algas. São monogâmicos, ovíparos externos. De
setembro a janeiro a fêmea liberta os folículos ovarianos, que contêm alta
concentração de tetrodotoxina na membrana vitelina, estimulando a libertação de
espermatozóides pelo macho. Ambos os membros da casal guardam o ninho. São predados
pela garoupa-de-rolo (Serranus atricauda),
barracuda-gigante (Sphyraena barracuda),
dourado-do-mar (Coryphaena hippurus),
garajau-escuro (Onychoprion fuscatus)
e pela andorinha-do-mar-preta (Anous
stolidus). [Animais,
Houaiss, FishBase, Wiki.PT].
“Borja
Neves dirigia o suplemento cultural do Jornal de Angola: «Bebe mais do que
respira», escrevia Paulete, «e está inchado como um baiacu».” Agualusa
2003a:203.
baía das pipas.
top.
|| Baía da prov. do Namibe, que tomou esta designação em virtude de, “logo nos
primeiros dias após a fixação de uns quantos pescadores, ter dado à costa um
considerável número de pipas, certamente provenientes de algum veleiro que
tenha naufragado por ali próximo.” [Cristão 2006:44].
geon.
|| Vila e com. do munic. de Tombua, na prov. do Namibe, com a área de 106 km2.
É formada por uma restinga de areia, até há bem pouco tempo ligada ao
continente, formando a maior baía de Angola, com uma extensão tal que no seu
interior caberia toda a armada norte-americana. A designação deriva do aspeto
que tomam as dunas vistas de longe, pelo contraste luz-sombra: apresentam-se
listadas, exatamente como a pele do tigre. Para o transporte da água destinada
aos consumo dos seus habitantes, como a destinada às caldeiras das fábricas de
farinhas de peixe e dos óleos residuais, foram instalados, através do deserto,
“colectores com cerca de 90 quilómetros de extensão, destinados a levar a água
potável desde a foz do Cunene à povoação.” [Cristão 2006:23]. HIST. Depois de ter
colocado o seu terceiro padrão no Cabo Negro, Diogo Cão fundeou na Angra das
Aldeias (Porto Alexandre) e “descendo mais a baixo, o navegador entrou na Manga
das Areias (Baía dos Tigres), com duas léguas na largura da boca, estendendo-se
cinco ou seis, pela terra dentro, e com 12 a 15 braças de fundo. Também aqui o
peixe era a riqueza exclusiva. Os negros mantinham-se com ele e construíam
abrigos com costelas de baleias que davam à costa e com seba do mar. Tudo o
mais era areal confrangedor, desprovido de água, enquanto a navegação era
difícil e perigosa, fora da reentrância grandiosa e acolhedora.” [Delgado 1946:68].
”Olhando para apequena casa impecavelmente
branca, com as ondas grandiosas da contracosta trinta metros a oeste, com a
baía de águas geralmente mansas vinte metros para leste e as enormes dunas
listradas como tigres pelos efeitos de luz e sombra que, a perder de vista, se
estendiam do outro lado, encontrava uma carga de romantismo e de aventura capaz
de tornar deliciosas as horas que ali passaria com Yona.” Abranches 1998:28.
“Além disso saiu uma notícia no jornal da
Huila, em Sá da Bandeira, que dizia assim: Mais uma vez aconteceu uma tragédia
na Baía dos Tigres, daquelas que só ali é que acontecem.” Abranches 1998:89.
baicar.
v.intr.
ETIM. kimb. Kubaika, v. ms. [Ribas]. || Falecer, morrer.
adj.
e s. m. e cd. ETIM. adap. do umb. Mbalundu, s.(-, va-) [Daniel]. SIN. Ovimbundo, Umbundo.
||1. HIST. O Reino mais
importante dos Estados do Planalto Central, fundado cerca de 1700 por
Katiavala. ||2. Município e cidade
da prov. do Huambo, fundada em 16 de julho de 1902 e designada Vila Teixeira da
Silva até 1975. É, também, a designação genérica da região de língua Umbundo. O
munic. é constituído pelas comunas de Bailundo (sede), Bimbe, Hengue, Lunge e
Luvemba, ocupa a superf. de 7.065 km2 para uma população de 282.150 hab., o que
perfaz a dens. de 39,94 hab./km2. ||3. Povo Vambalundu pertencente ao grupo
etnolinguístico Ovimbundo e o seu dialeto, da língua Umbundo. A designação
Bailundo estendeu-se a todo o grupo. ||4. O falante de Umbundo; o nat., o hab. ou o
que pertence ou se refere a esse grupo ou reg. ||5. insurreição do b.: “A acreditar no
testemunho de Francisco Cabral de Moncada, governador de Angola, em A Campanha
do Bailundo em 1902 (Lisboa, Livraria Ferin, 1903), tudo teve origem na recusa
de Mutu-ya-Kevela em pagar algumas ancoretas de aguardente. Os guerreiros
ovimbundos começaram por atacar as residências e armazéns de comerciantes
portugueses estabelecidos na região. Muitos brancos morreram. Os sobreviventes
foram conduzidos, acorrentados de pés e mãos, até à embala de Mutu-ya-Kevela,
que os juntou à restante escravaria. Parece-me uma curiosa ironia da História
que alguns dos últimos escravos em Angola tenham sido brancos.” [Agualusa 2011:16].
“Estás colocado no Hospital do Huambo, mas
deverás seguir temporariamente ao Posto do Mungo, do concelho do Bailundo, onde
surgiu uma epidemia.” Xitu
1980:43.
“é que
teu corpo e tua alma, / a tua vida e a tua própria morte / já tinham dono e
senhor: / era o bailundo mais forte / que vivia no sertão!” Victor 1958:37.
“O velho combatera, ao lado de
Mutu-ya-Kevela, na insurreição do Bailundo, em 1902, um evento dramático, hoje
quase esquecido, mas que na época provocou enorme perturbação, tanto na colónia
quanto na metrópole.” Agualusa
2011:16.
baiombe
ou ba-iombe.
adj.
e s.cd. ETIM. adap. do kik. Yombe, s.(mu-, ba-), ms. || Designação
por que é também conhecido o povo Iombe, do grupo etnolinguístico Quicongo, e o
seu dialeto, da língua do mn. O nat., o hab. ou o que pertence ou se refere a
esse povo ou reg. [Redinha
1970].
bairro.
s.m.
|| b. de lata: Musseque.
baixio.
s.m.
|| Sénga.
bajoujice.
s.f.
|| Cutoba.
bajulador.
adj.
e s.m. || fig. Amulecado.
bajular.
v.tr.
|| Bombiar.
mbaka.
adj.
e geon. kimb. s.(-, ji-). || Ambaca.
bakado.
adj.
|| O.OC. de Bacado.
“Jovem, cheia de vida e habituada a longas
caminhadas a pé e descalça, andava com muita energia, de pano bakado acima dos
joelhos.” Xitu
1980:117.
ba-kankala.
adj.
e s.cd. || Designação por que é também conhecido o povo Bochimane, do grupo etnolinguístico Koisan, e o seu dialeto. O
nat., o hab. ou o que pertence ou se refere a esse povo ou reg. [Redinha 1970].
bakanu.
kik.
s.(mu-, ba-). || Bacano.
bakano.
kik.
s. || Cano.
mbakate.
umb.
s.(o,olo) portg. || Abacate.
mbako.
umb.
s.(o-,olo-). portg. || Baco.
bakojy.
s.cd.
ETIM. adap. de Nkoji, kik. s. (mu-, ba-) ms. ||
Designação por que é também conhecido o povo Coje, do grupo etnolinguístico
Quicongo, e o seu dialeto, da língua do mn. O nat., o hab. ou o que pertence ou
se refere a esse povo ou reg. [Redinha 1970].
bakongo ou ba-kongo.
adj.
e s.cd. ETIM. adap. de Bakongo, kik. s.(mu-, ba-), ms. ||
Designações por que é também conhecido o povo Congo, do grupo etnolinguístico
Quicongo, e o seu dialeto, da língua do mn. O nat., o hab. ou o que pertence ou
se refere a esse povo ou reg. [Redinha 1970].
bakongo.
s.cd.
e kik. s.(mu-, ba-), ms. SIN. Bassicongo. ||1. Designação por que
é também conhecido o povo Cacongo, do grupo etnolinguístico Quicongo e o seu dialeto,
da língua do mn. O nat., o hab. ou o que pertence ou se refere a esse povo ou
reg. ||2. Designação por que
é também conhecido o povo Muxicongo, do grupo etnolinguístico Quicongo, e o seu
dialeto, da língua do mn. O nat., o hab. ou o que pertence ou se refere a esse
povo ou reg. [Redinha
1970].
mbaku.
kimb.
s.(-, ji-). || Baco.
ba-kuisse.
adj.
e s.m. || Designação por que é também conhecido o povo Cuissi, do grupo etnolinguístico
Vátua, e o seu dialeto, da língua do mn. O nat., o hab. ou o que pertence ou se
refere a esse povo ou reg. [Redinha 1970].
bala.
pop.
s.f. SIN. Cumbú. || Dinheiro.
balá.
s.m.
ETIM. adap. de Mbalá, kimb. s.(-, ji-), planta
ciperácea, junça aromática, a raiz desta planta de propriedades medicinais
[Assis Jr.]. || Raiz do dandá, utilizada em medicina tradicional e em
ritualismo.
“Kidi e Kizuela espreitavam pelas frinchas da
vedação do quintal de caniço de mbala, onde não era permitida a entrada dos
miúdos e de pessoas suspeitas.” Xitu 2008:61.
balado.
pop.
adj. e s.m. || Rico. Endinheirado.
umb.
s.(o-,olo-). || Capital, sede do poder [Daniel].
mbalá.
kimb.
s.(-, ji-). || Balá.
mbalama.
kimb.
s.(-, ji-). contr. de Mbalamatória, kimb.
portg. s.(-, ji-), ms. [Assis Jr.]. || Palmatória.
“Venho com a escola no couro das mãos
varridas na mbalama da sa prossora.” Macedo 1977:27.
balama.
s.f.
ETIM. Mbalamatória, kimb. portg. s.(-, ji-), ms. [Assis Jr.]. || Palmatória.
mbalamatória.
kimb.
kimbd. s.(-, ji-). O.OC. Balama. ||
Palmatória.
balambala.
s.cd.
ETIM. adap. do kimb. Mbalambala, s.(-, ji-), ms. [Assis Jr.]. || Acólito,
ajudante, ordenança, executor das ordens de um chefe.
mbalambala.
kimb..
|| Balambala.
balandula.
adj.
e s.cd. e kimb. s.(mu-, ba-, arc.). || mq. Landula.
balântu.
vd. Ambó
vd. Ambó
s.f.
|| Barco de pesca que evoluiu do baleeiro madeirense. Foi inicialmente
utilizada na caça da baleia, em Porto Alexandre, onde existiu uma insípida
indústria de cetáceos. Era movida à vela ou a remos sendo, mais tarde,
motorizada, quando passou a usar-se na pesca à linha – atum e garoupa – e na
arte de sacada. Nesta arte utilizavam-se duas baleeiras, uma motorizada e outra
à vela ou remos, que seguia a reboque da primeira. Passou a utilizar-se em todo
o litoral.
“O espetáculo da baleeira furando a bruma,
tomando forma pouco a pouco, avolumando-se como um fantasma que vem encontrar o
seu hamlet, cativava os olhos.” Abranches 1998:9.
baleizão.
s.m.
||1. Famosa geladaria de
Luanda. ||2. antonom. Gelado,
sorvete. “Resultou do apelido de um fabricante desse gelado, o qual, em 1941,
se havia estabelecido” em Luanda [Ribas].
“Recordaram histórias dos bons tempos
«luandinos» passados no farol Velho, no Baleizão ou no Sibéria.” Magalhães 2008:145.
"Os baleizões pedidos em série aos
sorveteiros." Vieira
1977:111.
baleizeiro.
s.m.
|| Sorveteiro; vendedor de baleizões.
balhacu.
gir.
s.m. || O.OC. de. Baiacu.
s.m. de Berimbau,
br. s.m., m.s. || Instrumento musical constituído por um arco de metal ou vara,
acoplado de uma cabaça aberta servindo de caixa de ressonância, com uma
lingueta elástica soldada numa das extremidades do arco, que se faz vibrar com
os dedos. O mq. Hungo. Espécie de Kau.
“Sem rádio nem jornal, as cartas dos
familiares quando chegassem, se chegassem eram entregues em tiras, cortejadas
pela censura impiedosa da Cadeia, só nos restava o som do «Balimbau» que nos
ligava à África e à luta de libertação.” Xitu 1980:22.
balinge.
adj.
e s.cd. ETIM. adap. de Dinji, kik. s.(mu-, ba-). O.OC. Balinje. ||
Designação por que é também conhecido o povo Dinje, do grupo etnolinguístico
Quicongo, e o seu dialeto, da língua do mn. O nat., o hab. ou o que pertence ou
se refere a esse povo ou reg. [Redinha 1970].
balinje.
adj.
e s.cd. || O.OC. de Balinge. O mq.
de Linje.
balinji.
kik.
s. pl. de Mulinji, kik. s.(mu-, ba-).
|| Linje.
balonço.
pop.
s.m. || Baloiço.
baluango.
adj.
e s.m. ETIM. Baluangu, kik., s.(mu-, ba-), ms. [Ribas]. || Designação por
que é também conhecido o povo Loango, do grupo etnolinguísto Quicongo, e o seu
dialeto, da língua do mn. O nat., o hab. ou o que pertence ou se refere a esse
povo ou reg.
baluba.
adj.
e s. cd. || O mq. Luba.
“por isso que todos dizem que somos os
maiores colonizadores do mundo. Enchi muita barriga por estes sertões, do
Quimbundo ao rabo da Catanga. Até plantei um filho na barriga de uma baluba.
Que mulheraça! De se lhe tirar o chapéu, catano! Rabiosa como não conheci outra.”
Soromenho
1979:136.
mbalundu.
umb.,
s.(-, va-). || Bailundo.
bamba.1
s.f.
ETIM. adap. de Mbamba, kimb. s.(-, ji-), pequeno pau
que serve de apoio a quem caminha [Assis Jr.]. || Bastão ritual com c.de 1,15m de
c. terminado em forquilha, com as pontas franjadas de fibra de imbondeiro e
besuntadas com óleo de palma e serradura de tacula. “Este utensílio é usado por
mulher a quem morrem os filhos, ou de tenra idade ou nados-mortos e que deseja
pôr termo a tal extermínio ocasionado, ou por alma enraivecida, ou por
espíritos contrários à procriação [Ribas].
bamba.2
s.f.
ETIM. Mbamba, kik. s.(mu-, ba-). vd. Mumbamba.
|| Antigo ducado tributário do Reino do Congo. “Dapper, geógrafo holandês, e o
seu tradutor Ogilby, também de seus títulos nos falam, e se em verdade omitem
alguns, trazem a lume outros novos. Assim dizem que ao de senhor do Congo
juntava o de Angola, Macomba, Ocanga, Cumba, Lula, Zenza, bem como o senhorio
dos ducados de Bata, Sunda, Bamba, Ambuíla e territórios dependentes, e ainda
aquele dos condados do Songo, Angoy, Cacongo, da monarquia dos Ambundos e do
grande e maravilhoso rio Zaire. Em todos os casos, bastam as singelas
enumerações precedentes para darem uma ideia do poderio dos monarcas do Congo
ao tempo; esses descendentes de Luqueni, ou Nimia-Luqueni, que, tendo vindo,
conforme parece, do Oriente, investiram com as terras de que tratamos e,
desbaratando os Tchenus ou Batchenus, seus habitadores, avassalaram os grupos
dispersos, fundando o estado do Congo.” [Ivens 1998a:56/57].
mbamba.1
kimb.
s.(-, ji-). || Bamba 1.
mbamba.
2
kik.
s.(mu-, ba-). || Bamba 2.
“Temos de evitar a humilhação e o
aniquilamento do nosso amigo, e também as manobras do Duque de Mbamba, antes
que elas sejam um rastilho ligado aos Senhores do Monte Kimpango…” Abranches 1996:197.
bamba-cári.
s.f.
ETIM. adap. de Mbamba-kari, kimb. s.(-, ji-), ms. [Assis Jr.]. || mq. Bamba-hurihúri.
s.f. ETIM. adap. de Mbamba-huri-huri, kimb. s.(-, ji-), planta arbustiva medicinal [Assis Jr.]. || TAX. Plantae, Magnoliopsida, Sapindales, Sapindaceae, Pancovia golungensis (Hiern) Exell & Mendonça, syn. Aphania golungensis, Pancovia turbinata. [Species 2000, Plant List] . BOT. Arbusto ou árvore delgada que atinge 15m de a. O tronco é cinzento-acastanhado pálido e os ramos, fulvos, tomentosos a princípio, tornam-se glabros com a idade. As folhas, ligeiramente oblongo-elípticas, glabras, com 15cm de c., nascem de pecíolos com 3cm de c., em disposição helicoidal, são imparipinuladas, com 3 pares de folíolos ligeiramente acuminados com 8-14cm de c., de textura leve e margens inteiras levemente onduladas e apresentam glândulas bolbosas esparsas na face inferior. As flores são dióicas, subsésseis, de 4-5 sépalas de 3mm, com 7-9 estames, filamentos com 5mm de c., brancas ou cremes e apresentam-se agrupadas em tirsos racemosos terminais nos ramos velhos. De outubro a dezembro produz frutos com 2-3 carpelos ovóides, com 2,5X2cm, unidos na base, amarelo-alaranjados, por vezes aveludados. As sementes com 10x5mm, glabras, elipsóides e deprimidas, são duras, castanhas ou pretas. ECO. Ocorre nas florestas de montanha, mas também em altitudes mais baixas, na África do Sul, Angola, Malawi, Mozambique, Quénia, Ruanda, Tanzânia, Uganda e Zimbabué. Em Angola ocorre na reg. do Golungo Alto. UTIL. O fruto pode ser comestível e as folhas, depois de secas e trituradas, bem como as raízes em infusão, são utilizadas em medicina tradicional, mormente no tratamento da icterícia. [Hyde, Zambesiaca].
kimb.
|| Bamba-hurihúri.
mbamba-kari.
kimb.,
s.(-, ji-). || Bamba-cári.
bambala.
s.cd.
ETIM. Mbambala, umb. s., ms. [Ribas]. || Povo da “reg. de
Ambuim, a S de Angola,” “de reduzida importância, pertencente ao grupo étnico
dos Umbundos.” [Ribas
1997:13].
O seu dialeto, da língua do mn. O nat., o hab. ou o que pertence ou se refere a
esse povo ou reg.
mbambala.
umb.
s. || Bambala.
kimb.
s.(-, ji-). || Bambeiro.
bambeiro.
adj.
e s.m. ETIM. Mbambara, kimb. s.(-, ji-) [Ribas 1997]. || Povo também
chamado Aqua-Bambara, do grupo etnolinguístico Quimbundo e o seu dialeto, da
língua do mn. O nat., o hab. ou o que pertence ou se refere a esse povo ou reg.
[Redinha
1970].
s.m.
ETIM. adap. de Mbambi, kimb. s.(-, ji-), antílope maior
que a corça, cervo, veado [Assis
Jr.];
nhan. s.(o-, ono-), antílope [Bonnefouxl] e umb. s.(o-, olo-), veado, cabra do mato [Daniel]. ||1. ZOO. São conhecidos por
bambi os mais pequenos antílopes que ocorrem em Angola, bovídeos também
designados cabra ou cabrito-do-mato, entre outras designações locais. Não devem
ser confundidos com o bambi de Walt Disney, na verdade uma cria de
veado-da-virgínia, Odocoileus virginianus.
Os bambis vivem em florestas, savana arbustiva e zonas de montanha com matas
fechadas, até aos 3.000m de alt., onde existam cursos de água próximos. São
animais noturnos que vivem isolados ou aos pares na época de reprodução e a sua
atividade ocorre ao amanhecer, ao crepúsculo e à noite, com exceção do
bambi-de-fronte-negra, que também pratica incursões diurnas. Alimentam-se de
sementes e frutos caídos, para o que contam com a ajuda dos macacos, bagas,
musgo, ervas, folhas e rebentos; é o único antílope que inclui carne na dieta:
ovos, insetos, ratos, aves e, esporadicamente, carne em decomposição. A
maturidade sexual da fêmea é atingida entre os 8 e os 12 meses e a do macho
entre os 12 e os 18. São monogâmicos, o período de gestação varia, de espécie
para espécie, entre os 7 e os 9 meses e geram uma cria por ano (muito raramente
duas), que desmama entre os 2 e os 5 meses. A fêmea mantém a cria afastada do
território e resguardada durante os primeiros 2 a 3 meses de vida, período
durante o qual cria e mãe comunicam entre si por pequenos balidos. São seus
principais predadores, para além do Homem, o babuíno (Papio
papio), o mabeco (Lycaon pictus),
o leopardo (Panthera pardus), o
gato-selvagem-africano (Felis silvestris
cafra), a civeta-africana (Civettictis
civetta), a águia-coroada (Stephanoaetus coronatus), o
crocodilo-do-nilo (Crocodylus niloticus),
a pitão-angolana (Python anchietae), a
pitão -africana (Python sebae), o
monitor-de-garganta-negra (Varanus
albigularis), o varano-das-savanas (Varanus
exanthematicus), o lagarto-do-nilo (Varanus
niloticus), a hiena-castanha (Hyaena
brunnea), a hiena-malhada (Crocuta
crocuta) e o leão-angolano (Panthera
leo bleyenberghi). ||2. b.-azul. TAX. Animalia, Mammalia,
Artiodactyla, Bovidae, Cephalophus montícola
(Thunberg, 1789), syn. Philantomba
montícola. [ITIS] (CITES II, IUCN LC). ZOO. O bambi-azul, sexa
ou belé é a espécie mais pequena com 50-75cm de c., 7-10cm de cauda, 30-40cm de
a. ao garrote e 3-6kg de p., sendo a fêmea, geralmente, maior do que o macho.
Apresenta como características faciais uma zona clara de sobrancelhas que se
arqueia até à base dos chifres e uma fenda glandular por baixo de cada um dos
olhos. A pelagem varia do cinza-ardósia ao cinza-acastanhado, com um tom
azulado brilhante na parte posterior. O ventre, o interior das patas, a
rabadilha e a parte inferior da cauda são esbranquiçados. A cria muda a
primeira pelagem, castanho-avermelhada, para a coloração adulta, no final do
período de resguardo. Os chifres são dois pequenos espigões triangulares com
2-10cm de c. no macho e 4cm na fêmea; podem não existir nesta ou não emergir do
tufo de pelos que cresce no topo da cabeça. Em situações de perigo o macho
emite um assobio de alerta e ambos os sexos defendem o território. ECO. Habita numa ampla
gama de habitats arborizados, incluindo florestas primárias e secundárias,
florestas de galeria, manchas de floresta seca, terras costeiras de vegetação
enfezada e floresta regeneradora, desde o nível do mar até aos 3.000 metros de
alt. Pode persistir em matas e pequenas manchas de floresta modificada ou
degradada, mesmo à beira dos centros urbanos. É nativo da África do Sul, de Angola
(do S aos matagais e florestas do Centro), Camarões, Congo, Gabão, Guiné-Equatorial, Malawi, Moçambique,
Nigéria, Quénia, R. D. do Congo, República Centro-Africana, Sudão do Sul,
Tanzânia, Uganda, Zâmbia e Zimbabué. É caçado pela carne, em muitas zonas do
seu habitat e é, indiscutivelmente, o ungulado selvagem económica e
ecologicamente mais importante em África. No entanto resiste à pressão da caça
melhor do que a maioria dos bambis maiores. São seus predadores, para além do
Homem, o babuíno (Papio papio), o mabeco (Lycaon
pictus), o leopardo (Panthera pardus),
a civeta-africana (Civettictis civetta),
a águia-coroada (Stephanoaetus coronatus),
o crocodilo-do-nilo (Crocodylus niloticus),
a pitão-angolana (Python anchietae), a
pitão-africana (Python sebae), o
monitor-de-garganta-negra (Varanus
albigularis), o varano-das-savanas (Varanus
exanthematicus), o lagarto-do-Nilo (Varanus
niloticus), a hiena-castanha (Hyaena
brunnea) e a hiena-malhada (Crocuta
crocuta). [ADW, Huffman, IUCN, Wilson]. ||3. b.-castanho.
TAX. Animalia, Mammalia,
Artiodactyla, Bovidae, Cephalophus
dorsalis castaneus (Thomas, 1892). [ITIS] (CITES II, IUCN NT). ZOO. O bambi-castanho,
ou cabra-do-mato, não ultrapassa 1m de c. (excluindo a cauda de 20cm) e 40-55cm
de a. ao garrote, para um peso de 15-20kg. Tem pelagem castanho-avermelhada com
uma faixa mais escura (podendo ser preta) ao longo da coluna dorsal, que nas
crias se torna visível por volta dos quatro meses; as pernas apresentam uma
gradacção que vai escurecendo até ao negro na parte inferior. A cabeça é cónica
e apresenta chifres, em ambos os sexos, direitos e delgados, paralelos,
voltados para trás, com 5-10,5cm de c. ECO. Habita florestas equatoriais primárias e
relativamente não modificadas, que variam de planalto até elevação média. Embora
mostre preferência pela floresta primária alta, pode ocupar manchas de floresta
na savana; também ocorre em antigos terrenos agrícolas e floresta secundária. É
nativo de Angola (ocorre no N), Camarões, Congo, Costa do Marfim, Gabão, Gana,
Guiné, Guiné-Bissau, Guiné Equatorial, Libéria, Nigéria, República
Centro-Africana, R. D. do Congo, Serra Leoa e Togo. Está regionalmente extinto
no Uganda. É um alvo popular para caçadores, é caçado em todo o seu habitat,
durante todo o ano e a níveis cada vez mais intensos e não regulamentados, e
estudos recentes na Guiné Equatorial, W dos Camarões e República
Centro-Africana, mostram que as taxas de caça atuais são inteiramente
insustentáveis. É seu principal predador, para além do Homem, o leopardo (Panthera pardus). [Hoffman, IUCN, Wilson]. ||4. b.-comum. TAX. Animalia, Mammalia,
Artiodactyla, Bovidae, Sylvicapra grimmia
(Linnaeus, 1758), syn. Capra grimmia.
[ITIS]
(IUCN LC).
ZOO. O bambi-comum, mede
80cm-1,15m de c., 10-20cm de cauda, 45-60cm de a. ao garrote e pesa entre 10 e
12kg. A pelagem varia do castanho-avermelhado ao cinza-grisalho, com as partes
inferiores esbranquiçadas; o focinho, ponta do nariz e parte posterior das
patas são pretos; a cauda é preta no topo e branca na parte inferior. Apenas o
macho apresenta chifres pontiagudos, orientados mais verticalmente do que nas
restantes espécies, que medem 7-18cm e despontam, como em todos os outros
bambis, de um tufo de pêlos situado ao meio da cabeça. ECO. A sua dieta é muito
variada incluindo folhagem, ervas, frutos, sementes e alimentos cultivados pelo
homem. Habita o S do Sahara, praticamente em todos os lugares, exceto na
floresta tropical e no deserto. É tipicamente uma espécie de floresta de
savana, mas muitas vezes encontrada em reg. relativamente abertas e estendendo-se
até à zona alpina, em algumas áreas montanhosas, como nos Montes Quénia e Kilimanjaro,
o que mostra um alto nível de adaptabilidade às modificações do habitat provocadas
pela propagação da agricultura. É nativo da África do Sul, Angola (ocorrendo em todo o território), Benim,
Botswana, Burquina Faso, Burundi, Camarões, Chade, Congo, Costa do Marfim, Eritreia,
Etiópia, Gabão, Gambia, Gana, Guiné, Guiné-Bissau, Lesoto, Malawi, Mali,
Moçambique, Namíbia, Níger, Nigéria, Quénia, República Centro-Africana, R. D. do
Congo, Ruanda, Senegal, Somália, Sudão, Sudão do Sul, Suazilândia, Tanzânia, Togo,
Uganda, Zâmbia e Zimbabwé.
Está possi-velmente extinto no Jibuti. É caçado pela carne. Embora haja
declínios localizados onde a caça é muito intensa, parece não haver uma ameaça
séria à sua sobrevivência. A sua resiliência à caça e a sua capacidade de adaptabilidade
permitem uma ampla persistência em paisagens dominadas pelo Homem, muitas vezes
em estreita proximidade com as residências humanas. Está bem representado em
grande número de áreas protegidas, do Senegal até ao S de África, e também em áreas
privadas. o gato-selvagem-africano (Felis
silvestris cafra), a águia-coroada (Stephanoaetus
coronatus), o crocodilo-do-nilo (Crocodylus
niloticus), a pitão-angolana (Python anchietae) e a pitão-africana (Python sebae). [ADW, Huffman, ICUN, Wilson]. ||5. b.-de-fronte-negra.
TAX. Animalia, Mammalia,
Artiodactyla, Bovidae, Cephalophus
nigrifrons (Gray, 1871). [ADW, ITIS] (IUCN LC). ZOO. O bambi-de-fronte-negra mede 90cm-1,10m de
c. (excluindo a cauda de 10-15cm) e 45-55cm de a. ao garrote. A pelagem é
castanha com exceção das patas dianteiras e cauda que são matizadas de preto.
Apresenta uma faixa preta que se prolonga do focinho até aos chifres. Estes são
curtos, anelados na base e lisos até às pontas, pontiagudos e curvados para
trás. As glândulas de almíscar estão situadas na face, numa zona desprovida de
pelos. ECO. Ocorre nas
florestas tropicais, tipicamente variando da floresta de pântanos de planície à
floresta sazonalmente inundada, em habitats encharcados ao longo de córregos e
áreas com solos mal drenados ou permanentemente saturados. Ocorre também em
florestas de montanha, zonas de vegetação subalpina e de bambu e em anharas,
sempre junto a cursos de água. Alimenta-se principalmente de frutos caídos,
para o que contam com a ajuda dos macacos que vivem no mesmo habitat. Também
comem sementes mas não contribuem para a sua disseminação porque as mastigam
completamente É nativo de Angola (ocorre de N a S), Burundi, Camarões, Congo, Gabão,
Guiné Equatorial, Nigéria, Quénia, República Centro-Africana, R. D. do Congo,
Ruanda e Uganda. Está ativo tanto durante o dia como à noite. É caçado pela
carne. Os seus predadores principais, para além do Homem, são o babuíno (Papio papio), o mabeco (Lycaon pictus), o leopardo (Panthera pardus), o gato-selvagem-africano (Felis silvestris cafra), a civeta-africana (Civettictis civetta), a águia-coroada (Stephanoaetus coronatus), o crocodilo-do-nilo (Crocodylus niloticus),
a
pitão-angolana (Python anchietae), a
pitão-africana (Python sebae), o
monitor-de-garganta-negra (Varanus
albigularis), o varano-das-savanas (Varanus
exanthematicus), o lagarto-do-Nilo (Varanus
niloticus) a hiena-castanha (Hyaena
brunnea) e a hiena-malhada (Crocuta
crocuta),. [Huffman,
Wilson].
||6. b.-grande. TAX. Animalia, Mammalia,
Artiodactyla, Bovidae, Cephalophus silvicultor
(Afzelius, 1815) (CITES
II, IUCN NT) [CITES, ITIS, IUCN, Wilson]. ZOO. O bambi-grande ou gigante, o maior destes
antílopes, mede 1,15-1,45m de c. (excluindo a cauda de 11-20cm) e 65-80cm de a.
ao garrote, para um peso que varia entre 45 e 80kg. Não se verifica grande
dimorfismo sexual, embora a fêmea seja ligeiramente maior do que o macho. O
corpo é arqueado, com pernas dianteiras curtas e traseiras mais longas, para maior
poder de manobra. A pelagem é cinza escura e preta com uma zona em forma de
cunha, na parte traseira, de pêlos eréteis que variam do amarelo ao alaranjado;
a pelagem das crias é castanha escura com pintas brancas nas partes laterais do
corpo e manchada de vermelho nas partes inferiores, para passarem despercebidos
aos predadores; a cunha traseira das crias é preta até aos 5-9 meses de idade,
altura em que se inicia o tingimento em tons amarelados; o focinho é de cor
cinza-clara e os lábios brancos. Os chifres, existentes em ambos os sexos,
medem 8,5-21cm e curvam-se ligeiramente para baixo, nas pontas. O bambi-grande
possui o maior cérebro, em relação ao tamanho do corpo, de todas as espécies de
antílopes. As glândulas de almíscar estão situadas na parte posterior de cada
olho, numa região desprovida de pêlos. Também possuem glândulas de almíscar na
parte posterior de cada casco. O almíscar, um meio de comunicação utilizado
para marcação dos limites do território, é produzido por um agrupamento de
poros, não por uma grande abertura solitária como acontece em outras espécies
de antílopes. Também esfrega a glândula no corpo e patas de outros bâmbis
adultos do seu território e o macho e a fêmea esfregam-na mutuamente nos seus
corpos como sinais afetivos. Comunica também por grunhidos e balidos agudos. Em
situação de alarme, emite um assobio agudo, eriça a crina dorsal e foge. É um
animal solitário, passando o dia junto a árvores caídas, na vegetação densa, descansando
e alimenta-se à noite. Também pode descansar no topo de morros-de-salalé
ganhando, assim, uma posição vantajosa. É monogâmico e junta-se aos pares no
período de reprodução que, diferentemente da maior parte das espécies, não ocorre
num período sazonal. Em cativeiro entra em cio uma vez por mês, ao longo do
ano, com a duração de 2 a 3 dias. Gera uma cria, ocasionalmente 2, por gestação,
que varia de 151 a 282 dias. A mãe mantém a cria escondida na vegetação,
durante as primeiras 2 semanas. A cria desmama aos 5 meses. A fêmea atinge a
maturidade sexual entre os 9 e os 12 meses, enquanto isso ocorre no macho entre
os 12 e os 18 meses. Tanto o macho como a fêmea defendem ativamente o seu
território. ECO. Prefere florestas
húmidas de montanha e planície (primárias e secundárias), mosaicos de floresta
de savana, florestas de galeria, matas e manchas de floresta isoladas na savana
húmida e a floresta de miombo em Angola. Também está presente em plantações e
matas de fazendas. Nestes habitats pode entrar em conflito com espécies de
maior porte, como o cabrito-de-jentink (Cephalophus
jentinki). Em muitas situações, este pode forçá-lo a abandonar as zonas por
ele preferidas. Em cativeiro tolera temperaturas até 43ºC, mas não se dá bem a
7ºC. É nativo de Angola (N do território), Benim, Burquina Faso, Burundi,
Camarões, Congo, Costa do Marfim, Gabão, Gana, Guiné, Guiné-Bissau, Guiné
Equatorial, Libéria, Nigéria, Quénia, República Centro-Africana, R. D. do
Congo, Senegal, Serra Leoa, Sudão do Sul, Togo, Uganda e Zâmbia. Come principalmente
frutos grandes caídos e vagens, cujas sementes cospe durante a ruminação,
contribuindo para a sua dispersão. É especialista em frutos demasiado grandes
para serem consumidos por primatas ou outros animais frugívoros. Os seus molares
estão especializados para mastigação de casca dura e raízes. A língua
pontiaguda e os lábios móveis permitem-lhe comer com facilidade folhas e
rebentos. Ocasionalmente mata e come pequenos animais, como formigas, lagartos
e aves. Procura constantemente alimentos no chão da floresta, escavando com os
cascos e focinho em busca de tubérculos, nozes e raízes. O seus principais
predadores, para além do Homem, são o mabeco (Lycaon pictus), o leopardo (Panthera
pardus), o crocodilo-do-nilo (Crocodylus
niloticus), a pitão-angolana (Python
anchietae), a pitão-africana (Python
sebae) e o leão-angolano (Panthera
leo bleyenberghi). Em estado selvagem, o bambi-grande atinge de 10 a 12
anos de longevidade, enquanto em cativeiro pode atingir os 22,5 anos. O seu
número está em declínio devido à perda de habitat, pelo aumento da
desflorestação para a agricultura, à caça intensa e desregrada, principalmente
fora das áreas protegidas, e ao desaparecimento de antigos tabus, segundo os
quais a sua carne não é comestível. É caçado de várias formas: armadilhas,
espingardas ou envolvimento com redes. É facilmente caçado à noite, uma vez que
se mantém estático mediante os focos de luz que lhe são apontados. Está
regionalmente extinto na Gâmbia e possivelmente no Ruanda. [ADW, Huffman, IUCN,
Wilson].
“O certo é que integrou o meu corpo ao seu
prazer, os passos mudaram, no curto instante em que para mim vinham os olhos de
mbambi, não só examinavam o que se passava no seu interior mas também
examinavam o corpo que ia ao seu encontro.” Pepetela 2001004:128.
“Um bambi, surpreendido na cama, levantou-se
diante deles, a poucos metros, e largou em corrida disparada, mais ágil e leve
do que o vento.” Galvão1981:64.
“nérveo / como o saltitar do bambi / lesto e
atento ao reflexo enluarado / que lhe aponta a forma exata do fruto apetecido.”
Lindo
2011:41.
“Não gastava chumbo em coelhos nem alvejava
os pequenos bâmbis, a que ali chamavam cabras-do-mato.” Trabulo 2007:52.
bambi.2
s.m.
|| Instrumento de sopro, espécie de apito, confecionado com o chifre do
antílope do mn.
bambi.3
top.m.
|| Comuna do munic. do Chipindo, prov. da Huíla.
bambista.
s.cd.
|| Tocador de bambi.2.
bambo.
s.m.
ETIM. adap. de Mbambu, kimb. s.(-, ji-), envenenamento
acompanhado de sortilégio, veneno do juramento [Assis Jr.]. || SIN. de Bulungo,
usado pelos Ambaquistas e Bângalas. [Ribas].
mbambu.
kimb.
s.(-, ji-). || Bambo.
banana.
s.f.
||1. b.-baixa:
banana-cambuta. ||2. b. cambúri:
cambúri. ||3. b.-cambuta:
variedade de banana anã. ||4.
b.-cordeiro: banana-cambúri. ||5. b.-empedrada: banana que, por ação
de um vírus, apresenta endurecimento e alteração do sabor em pedaços da polpa.
||6. b.-maçã:
variedade de banana curta, cheia e com sabor a maçã. ||7. b.macaco:
cambúri. ||8. b.-monangamba:
banana-pão. ||9. b.-nobre:
banana-sacala. ||10. b.-novidade:
banana-pango. ||11. b.-ouro:
variedade de banana comprida, recurvada, de coloração verde-clara, mesmo quando
madura. ||12. b.-pango:
banana-pão. ||13. b.-pão:
variedade de banana volumosa utilizada como acompanhamento de variados pratos
gastr., cozida ou assada. ||14.
b.-prata: variedade de banana comprida, direita, de coloração
amarelo-clara, ligeiramente brilhante. ||15. b.-roxa: variedade de banana grossa,
de coloração arroxeada e sabor acentuado. ||16. b. sacala: banana-pão. ||17. b.-seca:
banana passada ao sol, de preferência a banana-pão. Come-se à merenda, simples
ou acompanhada de jinguba torrada.
||18. b.-senhor:
banana-monangamba.
bananeira-brava.
a.f.
|| TAX. Plantae,
Magnoliopsida, Zingiberales, Musaceae, Musa
L. Bananeira-silvestre que nasce no mato e cresce sem ser cultivada. As folhas
não são tão compridas como as da bananeira cultivada (bananeira-mansa), são
verde-claras e não se partem ao menor sopro de vento. A nervura central é muito
grossa e vermelho-lacre.
banco.
s.m.
|| Benza.
banco de areia.
s.m.
|| Senga.
banctuba.
adj.
e s.cd. || vd. Ambó.
banda.
s.f.
|| Lugar, pátria, região, terra. pop. ref. a Luanda.
“À boa moda da banda, não sairiam dali sem
acabarem a garrafa.” Pepetela
2001:75-76.
mbandanjila.
umb.
s.(o,olo).|| Cobra.
bande.
adj.
e s.cd. ETIM. adap. de Mbande, gang. s., ms. SIN. Quimbande ||1. Povo do grupo
etnolinguístico Ganguela e o seu dialeto, da língua do mn. O nat., o hab. ou
que pertence ou se refere a esse povo ou reg.
bandeira, sá da.
antr.
e top.m. ||1. Bernardo de Sá
Nogueira de Figueiredo (Santarém, 26 de setembro de 1795 — Lisboa, 6 de janeiro
de 1876), foi moço fidalgo da Casa Real, par do reino, marechal de campo,
político português do tempo da Monarquia Constitucional e um importante líder
do movimento setembrista em Portugal. Foi líder do Partido Histórico, que
abandonou para formar o seu próprio Partido Reformista. Foi responsável por
várias pastas ministerais e por cinco vezes presidente do Conselho de Ministros
(1836 – 1837, 1837 – 1839, 1865, 1868 – 1869 e 1870), e também presidente
interino do Conselho de Ministros em substituição do Duque de Loulé (1862). Foi
primeiro barão (1833), primeiro visconde (1834) e primeiro marquês de Sá da
Bandeira (1854). [Almada]. “Em 1836, a vitória
setembrista levou ao governo, entre outros, Passos Manuel e Bernardo de Sá
Nogueira, visconde de Sá da Bandeira. Foi o visconde quem assinou, em Dezembro
desse ano, o decreto que punha fim ao tráfico de escravos. Foi também o
responsável pela elaboração de um projecto de desenvolvimento dos territórios
coloniais. Pretendia-se que as colónias africanas abastecessem a «metrópole»
com os seus produtos, em troca dos têxteis e dos vinhos portugueses. Cabia-lhes
substituir o Brasil, que se tornara independente.” [Trabulo 2007:20]. ||2. a.top. de Lubango.
“A
Colónia de Sá da Bandeira destinava-se à agricultura. Os madeirenses arrotearam
os terrenos e prepararam as sementeiras. Era tarde para o trigo, mas
deitaram-no à terra. Plantaram cará e batata e semearam feijão e hortaliças.” Trabulo 2007:49.
bandi.
s.m.
ETIM. adap. de Mbandi, umb. s.(o-, olo-), ms. [Daniel]. || Bandido,
salteador. fig. Desonesto.
mbandi a ngola.
kimb.
antr. || Rei do Dongo que em 1618 travou, contra o exército de Luanda, a
Batalha de Ambaca.
bandido.
s.m.
|| Mbandi.
banditismo.
s.m.
|| Bangalaumagem.
bandjembe.
adj.
e s.m. ||1. Nome por que é
também conhecido o povo Cacongo, do grupo etnolinguístico Lunda-Quioco.
mbandu.
umb.
s.(o-,olo-). || Rato-da-cidade.
bândua.
s.f.
ETIM. adap. de Mbandua, umb. s.(o-, olo-), ms. [Ribas]. SIN. Muxacato. ||
Instrumento de adivinhacção constituído por uma tábua de madeira, com um sulco
central, por onde o médium desliza um pau enquanto formula perguntas.
mbandua.
umb.
s.(o-, olo-). || Bândua.
banga.
s.f.
ETIM. Kudibanga, kimb. v.refl., envaidecer-se [Ribas]. SIN. Póster. ||1. Ostentação,
presunção, vaidade; distinção, elegância, garbo. ||2. fazer a b.
ou fazer b.: envaidecer(-se); causar sensação; comportar-se ou
apresentar-se com elegância, vaidade, etc.; estar ou ser elegante, vaidoso,
etc.
“Por vezes / lembra-se desse magnífico
sorriso de Marina / e também do olhar ingénuo / do jovem barbado à Fidel / que
fala com banga para as nuvens ...” Neto 1974:114.
“Veem-se também homens com lanternas e
lampiões, candeeiros acesos até de dia para mostrar «categoria» ou a fazer a
«banga», numa alienação incontrolável.” Xitu 1980:61.
“
– Esses rapazes gostam fazer banga no
carro a brilhar…” Macedo
1977:14.
bangala.
adj.
e s.cd. ETIM. Mbangala, kimb. s.(ki-, i-) [Ribas]. ||1. Povo também chamado
Aquibangala, Imbangala e Quimbangala, pertencente ao grupo etnolinguístico
Quimbundo, e o seu dialeto, da língua do mn. Pertenceu ao jagado do Cassanje,
confinado à parte NE da prov. de Malanje, ao N do rio Cuanza. O nat., o hab. ou
o que pertence ou se refere a esse povo ou reg. ||2. Nome que os Jagas
davam a si próprios. ||3. Nome pelo qual os
Cuanhamas designam o povo Humbe. ||4. ETNO. “Pena é, contudo, não existir um termo
único com que se pudesse designar todo o grupo” Nhaneca-Humbe, "como é o
caso dos Ambós. Não é que uma designação assim seja completamente desconhecida
pelo vocabulário indígena da região. Não; há até dois termos empregados, à
semelhança do que se deu com os Ambós, e conhecidos dos vizinhos” daquele
grupo, “a saber: ova-mbangala e ova-mbwelo. O primeiro é usado pelos Cuanhamas
e povos afins para designar os vizinhos estabelecidos a poente das suas áreas
tribais […] O termo «Bângalas»
ou «Bangalas» - a acentuação pouco importa neste caso – é de molde a tentar
quem, como nós, está empenhado em pôr um pouco de ordem na variegada e
complicada nomenclatura étnica do Sul de Angola. Por isso, já o empregámos num
pequeno ensaio e no esboço étnico que o acompanhou. [nota: «Notas Etnográficas
sobre os Povos Indígenas do Distrito da Huíla», in Boletim Geral das Colónias,
Fevereiro de 1935]. Childs adotou o vocábulo para a sua obra [nota: Gladwin
Murray Childs, Umbundu Kinship and Character, Oxford, 1949], mas costuma pô-lo
entre aspas. No entanto, a confusão com os Bangalas do interior de Malanje
[Quimbundos], a que fatalmente leva o uso de tal designação, obriga-nos a
sacrificar o termo, por mais tentador que possa parecer-nos o seu emprego. Se
perguntarmos o significado dele a alguém que provenha de terra onde a
designação tenha uso corrente, responder-nos-á invariavelmente: Ova-mbangala
são aqueles que vestem uma pele para cobrir o nudez posterior. É contudo
evidente que esta etimologia é mais interpretativa do que baseada na análise do
étimo. “O apelido parece resultar de uma reminiscência história inconsciente,
mas que não é difícil de conjecturar com grande probabilidade, Sabemos, com
efeito, por mais de uma fonte histórica, mas especialmente por duas publicações
– as memórias do marinheiro escocês Andrew Battel e o livro Histórico Descrição
do capuchinho Cavazzi (nota: Istorica Discrizione dé tré regni: Congo, Matamba
e Angola, Bolonha, 1687) – que os célebres invasores e guerrilheiros Jagas se
chamaram a eles próprios Bangalas.”Na verdade, as duas testemunhas não grafam o
termo tal qual sob a forma «Bangalas», escrevendo o primeiro «imbangalos» e o
segundo, «chimbangali» […] As partículas i e chi
(qui) são prefixos bantos da língua kimbundu, sendo i plural e ki singular da
mesma classe de nomes. Fica pois a raiz: mbangala. Por outro lado, é sabido que
diversos cronistas afirmam ter um grupo de jagas, pelos fins do século XVI,
avançado até às margens do rio Cunene e fundado um grande estado, chamado
Humbi-onene. Dadas estas explicações, é fácil tirar a conclusão: Os Jagas ou
Bangalas do Humbi-Onene acabaram por viver em vizinhança com os povos de
além-Cunene, que pelo visto foram poupados pelas terríveis invasões daqueles
salteadores. Enquanto o seu verdadeiro apelido étnico caiu em desuso entre os
próprios descendentes – amálgama de Jagas e povos subjugados – ele manteve-se
no vocabulário dos vizinhos. Como, por outro lado, está averiguado que os
Bangalas do distrito de Malanje descendem dos Jagas de Cassanje, podiam-se
apelidar estes de Bangalas do Norte e os representantes do grupo étnico
nhaneca-humbe de Bangalas do Sul.” [Estermann 1957:13-15)].
“Para
qualquer bângala, como ele, não haveria dificuldade, porque os homens da sua
tribo têm ouvido de músico, habituados a escutar os pássaros que cativam para
os ouvirem cantar no repouso da senzala ou quando andam em viagem, a esteira,
que é a sua cama, enrolada, um canudo que levam a tiracolo, a carga para o
negócio apertada em paus forquilhados, abertos sobre os ombros, o peso atrás, a
dois palmos da nuca, a aliviar-lhes a carga, e pendurada num dos paus a gaiola
com o pássaro de canto.” Soromenho 1979:110.
“Mas em Cassange é que aparecera o maior de
todos, uma verdadeira «guerra negra», quando foi a enterrar o soba grande dos
bângalas e os homens do jagado vieram dançar o batuque dos mortos” Soromenho 1985:195/196.
mbangala.
kik.
e kimb. s.(ki-, i-). || Bangala. Iaca.
“O gigante Adamastor dormia ali, enfeitiçado
pelo fogo preso pelos artistas do Leste, também chamados mbangalas e outros
nomes.” Tavares
2004:135.
bangalaúma.
s.cd.
ETIM. adap. de Mbangalauma, kimb. s.(-, ji-), ms. [Ribas]. || Madraço, vadio,
aquele que vive de expedientes.
mbangalauma.
kimb.,
s.(-, ji-). || Bangalaúma.
bangalaumagem.
s.f.
||1. Grupo de bangalaúmas.
||2. Madraçaria,
vadiagem. Banditismo.
bangão.
s.m.
de Banga. SIN. Bangoso. ||
Elegante, presunçoso, vaidoso, garboso. Suinguista.
bangar.
v.intr.
tr. e refl. || Envaidecer; causar sensação; comportar-se ou apresentar-se com
elegância, vaidade, etc.; estar ou ser elegante, vaidoso, etc. mq. Fazer a
banga.
bangela./gue/
kimb.
s.(-, ji-), top., ms. [Assis
Jr.]. ||
Benguela.
bangela dia ngombo.
kimb.
s.(-, ji-) [Ribas]. || “Espírito que, sob
a dependência de Ngombo, interpreta a linguagem de suas adivinhações, de
difícil compreensão. Auxiliar de Ngombo. Na possessão – segundo a crença
popular – Mbangela actua logo após a retirada de Ngombo. Então, desvenda as
suas palavras enigmáticas.” [Ribas 1997:15].
bango.1
s.m.
ETIM. adap. de Mbangu, gang. s. ms. [Ribas]. || Quibando.
bango.2
hidron.
|| Afluente do rio Bero, da prov. do Namibe. [Cristão 2006:39-40].
bangoso.
s.m.
de Banga. SIN. Bangão. ||
Elegante, presunçoso, vaidoso, garboso.
“Lembro do caminhar dele nesse dia, e agora
relaciono as coisas: andava devagar e bangoso tipo filme de câmara lenta, fato
todo branco, duma gravata azul escura quase veludo, assim era o dia de estreia
da moto dele.” Ondjaki
2007:97.
mbangu.
gang.
s. || Bango.1
banguela.
s.m.
ETIM. adap. de Bangela, kimb. s.(-, ji-), ms. [Ribas]. || Auxiliar de
Gombo. V. Bangela dia ngombo.
banha.
s.f.
|| Maji.
banjo.
s.m. || Sambi.
banto.
s.m.
ETIM. Bantu, caf. s.(mu-, ba-), homens, pessoas
[Assis
Jr,]; Ovanthu, nhan. s.(omu-, ova-), pessoas
humanas, indivíduos [Bonnefouxl]; Atu, kimb. s.(mu-, a-), pessoas, gente [Matta]. ||1. Supragrupo etnolinguístico africano, que se
estende da costa ocidental à costa oriental do continente e ao qual pertence a
maioria das línguas e povos angolanos. A característica principal das línguas
bantas é a flexão por meio de prefixos. “O sistema classificatório das línguas
bantas permite a supressão do substantivo, sem que haja grande probabilidade de
confusão, com muito maior facilidade do que nos idiomas europeus.” [Estermann 1960:172]. ||2. Africano; indivíduo
de raça negra.
“Noémia
de Sousa, uma jovem moçambicana, trazendo à flor da pele a inquietação dos
muitos sangues misturados: o pai, natural da Ilha de Moçambique, com a
invejável ascendência indiana, árabe, banto e portuguesa, e a mãe uma senhora
mulata, filha de uma negra e de um alemão.” Agualusa 2003a:68-69.
bantoísmo.
s.m.
O.OC. Bantuísmo. ||
Expressão ou termo de índole ou formação banta. Modo ou costume próprio dos
bantos. Estudo das coisas bantas. Africanismo.
bantoização.
s.m.
O.OC. Bantuização. || Ação
u ou efeito de bantoizar. Africanização.
“É de estranhar que o monstro e sua mulher
confundissem a própria filha com a rapariga raptada. Mas não devemos esquecer
que, segundo a narração, isto se deu depois de terem regressado do passeio. Ora
a palavra «passear» (oku-passiala)
que figura no texto é de introdução recente, pois é a bantoização do termo português.”
Estermann
1960:215.
bantoizar.
v.tr.
e refl. O.OC. Bantuizar. || Tornar
banto. Dar aspeto ou feição banta. Adaptar-se à cultura banta. Tornar-se
semelhante a banto. Africanizar.
bantólogo.
s.m.
|| Aquele que é versado em línguas bantas; aquele que se ocupa do estudos dos
povos bantos.
“Segundo a opinião do grande bantólogo
Meinhof, esta forma seria a mais primitiva de todas na vasta área linguística
do banto.” Estermann
1960:229.
bantu.
caf.
s. (mu-, ba-). || O.OC. de Banto.
bantuísmo.
s.m.
|| O.OC. de Bantoísmo.
bantuização.
s.m.
|| O.OC: de Bantoização.
bantuizar.
v.tr.
e refl. || O.OC. de Bantoizar.
s.m.
ETIM. adap. de Mbanvu, kimb. s.(-, ji-), ms. [Ribas]. || TAX. Animalia, Aves,
Musophagiformes, Musiphagidae, Corythaeola
cristata (Vieillot 1816), syn. Musophaga
cristata. [ITIS]. ZOO. O banvo, também designado
turaco-grande, é uma ave de asas curtas e arredondadas, cauda comprida e larga
mostrando uma banda subterminal preta. Mede 70–75 cm de c. e pesa 857–949 g, o
macho e 822–1231 g, a fêmea. O bico é grande, convexo e de cor amarelo-viva com
a ponta vermelha. Os olhos são castanho-avermelhados, rodeados por anéis
exteriores azul-turquesa. A parte superior do corpo, as asas e a cauda são
azul-marinho, as pernas roxas e os pés cinzentos. As partes inferiores, o
pescoço e a parte superior do peito são azul-turquesa. A parte inferior do
peito e a barriga são amarelo-esverdeadas. A parte inferior da barriga e da
cauda e as penas da tíbia são castanhas. Na cabeça, azul-turquesa, apresenta
uma crista e coroa azul-escuras. O pescoço, a garganta e as bochechas são
acinzentados. O macho e a fêmea são semelhantes, sendo esta ligeiramente maior.
Os juvenis são mais foscos, com peito mais escuro e crista mais curta. O seu
canto é uma série profunda de “kok-kok-kok”, ressonante e gutural. Esta série
pode ser precedida por um trinado “prru … prru” mais suave e borbulhante. Estes
chamamentos são geralmente proferidos ao amanhecer e ao anoitecer. As exibições
de namoro geralmente começam no início da estação chuvosa. Nessa altura podem
escutar-se muitos chamamentos e as aves perseguem-se de árvore em árvore,
alimentam-se mutuamente, levantam e baixam a crista, e expõem os padrões da
cabeça e do bico. É um mau voador, preferindo correr entre os ramos das
árvores, com saltos muito graciosos e deslizamentos planados mas trepando o
mais rapidamente para alcançar os locais mais altos. Só voa para se dirigir às
árvores de fruto preferidas e raramente desce ao chão, a não ser para se banhar
e beber. É territorial e forma casais monogâmicos, vivendo em grupos familiares
ou aos pares durante todo o ano. Ambos os membros do casal constroem o ninho
sobre uma plataforma lisa feita de ramos secos, nas árvores mais altas, 8 a 25
m acima do solo, muitas vezes sobre a água. A fêmea põe 2-3 ovos azuis-claros,
quase esféricos, que são incubados por ambos os membros do casal, durante 29-31
dias. Os juvenis recebem os cuidados de ambos os progenitores, durante 27-29
dias. Às quatro semanas de idade, os jovens escalam o ninho e conseguem fazer
voos curtos na árvore. Deixam o ninho 5-6 semanas após a incubação, mas
permanecem junto dos pais até serem capazes de voar sozinhos. São alimentados
pelos pais até aos três meses de idade. ECO. Habita o dossel das florestas de planície e
de galeria e as árvores altas em crescimento secundário, onde não seja
molestado. Pode também ser encontrado na floresta húmida e de montanha e
manchas de floresta de savana. Ocorre desde o nível do mar até aos 2.700m de
alt., na África equatorial, da Guiné à Nigéria e da Bacia do Congo ao Quênia e
à Tanzânia. É nativo de Angola, Benim, Burundi, Camarões, Congo, Costa do
Marfim, Gabão, Gana, Guiné, Guiné-Bissau, Guiné Equatorial, Libéria, Nigéria,
Quénia, República Centro-Africana, R. D. do Congo, Ruanda, Serra Leoa, Sudão,
Sudão do Sul, Tanzânia, Togo e Uganda. É essencialmente frugívoro, mas também
consome rebentos, folhas, flores e insetos e outros pequenos invertebrados,
como caracóis e lesmas. Prefere sobremaneira os frutos da árvore-pára-sol, das
florestas húmidas. Alimentam-se em pequenos grupos e várias aves reúnem-se em
árvores frutíferas. As crias são alimentadas com folhas regurgitadas. Começam a
alimentar-se ao amanhecer e durante todo o dia, exceto nas horas de maior
calor, até ao anoitecer, altura em que se dirigem para os poleiros habituais. Embora
não esteja globalmente ameaçado, sofre com o desmatamento na Nigéria, é caçado
para alimentação humana na parte ocidental do continente e é vitimado por
armadilhas em algumas partes do habitat, para comércio. Está listado como LC
pela IUCN. [BirdLife,
Bouglouan, IUCN, Lepage, Oiseaux, Taï,
Turner].
banza.1
s.f. ETIM. adap. de Mbanza, kik., s.(-, zi-), ms. SIN. Catando. || Casca ou lasca de bordão,
coqueiro, matebeira ou qualquer outra palmeira.
banza.2
s.f. ETIM. adap. de Mbanza, kik.s.(-, zi-), burgo, cidade, cividade [Cobe]; kimb. s.(-, ji-),
cidadela, povoação onde reside o governo de nação, província, distrito ou
concelho, sede, capital, residência do governador ou chefe, o próprio chefe de
Estado ou tribo [Assis Jr.]; SIN. Diembo, Embala,
Libata, Quimbo, Sanzala. ||1.
Cidade principal, correspondente a capital, dos antigos reinos angolanos do
norte (sec. XIX); povoação tradicional; residência do rei ou do soba. ||2. Lumbo.
“Se ele te apanha em Banza Soyo, te agarra
com as duas mãos e pronto: escravo ou prisioneiro, ou coisa assim, para fazer
pressão sobre o velho Nekani dya Mvika, teu pai!” Abranches 1996:19.
banza.3
s.f. ETIM. adap. de Mbánza, kimb. s.(-, ji-), espécie de viola, instrumento músico de
três cordas [Assis
Jr.]. ||
Variedade de quissanje dos Quibalas.
banza congo, mbanza kongo.
s.f.
e kik. top. O.OC. Banza Kongo. ||1. Cidade capital do
antigo Reino do Congo, que também foi designada S. Salvador do Congo. “O Povo
tinha as suas casas e lavras à volta da casa grande do Mani. Todo esse conjunto
formava a Mbanza. As Mbanzas eram pois sanzalas onde havia um Mani que
comandava tudo e que explorava o Povo. Algumas Mbanzas foram muito grandes e
muito importantes. A capital do Reino do Congo, Mbanza Congo, tinha mais de
50.000 hab. no século XVI.” [CEA 1975:46-47]. ||2. Cidade capital da prov. do Zaire, n.top. de
S. Salvador do Congo. Também munic. e comuna sede do mesmo munic. O munic.
ocupa a superfície de 7.651 km2 para uma população de 173.850 hab., o que
perfaz a dens. de 22,7 hab./km2. HIST. A cidade foi fundada antes da chegada dos
portugueses e era a capital de uma dinastia que governava desde 1483. Era a
capital do Reino do Congo e a designação São Salvador do Congo apareceu pela
primeira vez em cartas enviadas por Álvaro I do Congo, entre 1568 e 1587.
Quando os portugueses chegaram ao Congo era uma grande cidade, a maior da
África subequatorial. No ano de 1549, por influência dos missionários
portugueses, foi construída uma igreja católica, que passou a ser a Catedral de
São Salvador do Congo em 1596 e que os angolanos reclamam ser a mais antiga da
África Subsaariana; o nome da igreja no local é Nkulumbimbi. Foi visitada pelo
papa João Paulo II, em 1992. Durante o reinado de Afonso I, foram criadas
edificações de pedra, incluindo o palácio e muitas igrejas. Em 1630 foram
relatados cerca de 4.000 a 5.000 batismos na cidade, com uma população de
100.000 hab. Durante as guerras civis que eclodiram no século XVII, a cidade
foi saqueada várias vezes, principalmente após a batalha de Mbwila e foi
abandonada no ano de 1678, sendo reocupada em 1705, por seguidores de Dona
Beatriz Kimpa Vita; a partir dessa data a cidade nunca mais foi abandonada.[INEA 2014-2016, MAT,
Wiki.PT].
“ - Por
certo! Mas não estamos no Soyo, meu Sobrinho. E além disso os apoios do
Príncipe D. António são as chamadas «Linhagens de Fora», isto é, originárias da
antiga Mbanza Kongo, logo, «estrangeiros»” Abranches 1996:132.
“Os de
Banza Kongo vieram, espalharam o sangue Mvemba Nzinga sobre o sangue Mwabi a
Nkwembi, que era o nosso, mas as duas linhas misturaram-se pouco, e menos ainda
da Kifuma para o Sul, onde os Mvemba Nzinga são raros. Mais tarde veio o Diogo
Cão, o português.” Abranches
1996:26.
“As gentes de Mpinda e Mbanza Kongo /
Colocaram nos braços as pulseiras / Beberam o vinho de palma / Andaram em
círculo / Deixaram para as mulheres o trabalho / De apanhar os frutos maduros
da palmeira .” Tavares
2003:20.
mbanza.
kik.,
s.(-, zi-), kimb. s.(-, ji-). || Banza.
“Por isso lhe mando esta por portador seguro,
o irmão Januário da minha Igreja, que vai à Mbanza Kyowa do Senhor seu Pai e,
no momento oportuno, lhe enviarei o meu nleke com um último aviso…” Abranches 1996:197.
banzado.
adj.
de Banzar. SIN. Banzo. ||1. Pensativo. ||2. fig. Admirado,
assombrado, espantado, maravilhado.
“ – «É
tão bonita!» – «Seu negro!» - / Ela foi feroz, tão franca, / que ele nem quis
replicar: / – «Mas eu tenho a alma
branca…» / – Ficou calado, banzado, /
com vontade de chorar.” Victor 1958:29.
banzamento.
s.m.
de Banzar. SIN. Dibanza. ||
Pensamento, introspeção, reflexão. Ato ou efeito de banzar(-se); estado de
banzado; admiracção, assombro, espanto.
“uns espreitando cacho … outros mastigando
banzamento” Macedo
1977:9.
banzar.
v.intr.
tr. e refl. ETIM. Kubánza, kimb., s.[ku-, (ma)ku-], meditação,
pensamento, suposição; v.intr., cismar, reflectir, ter no pensamento,
raciocinar, formar ideias, calcular, ponderar, julgar possível; v.tr.,
considerar, imaginar, pensar sobre, meditar, supor, ter intenção de, cuidar,
planear, projetar, representar no espírito [Assis Jr.]. SIN. Dibanzar. || Pensar, reflectir. Causar
admiração, assombro, espanto. Olhar com admiração, assombro, espanto;
admirar-se de, espantar-se com. Sentir admiração, assombro, espanto.
||
“a capota estaca / debicoça as penas
pintalgadas / e banza os olhos na mesa / com bancos de tacula:” Lindo 2013:25.
banze.
s.m.
ETIM. adap. de Mbânze, kimb., s.(-, ji-), amuleto ou
filtro amoroso [Assis
Jr.]. ||
Amuleto, de forma esférica, contendo determinadas folhas reduzidas a pó.
“Opera-se com o pensamento. Quer dizer, quando se fala com quem se deseja
influir no espírito, o interessado, munido de tal bolinha, interiormente domina
essa pessoa com o pensamento.” [Ribas 1997:17].
mbânze.
kimb.
s.(-, ji-). || Banze.
banzo.
adj.
de Banzar. SIN. Banzado. ||1. Pensativo. ||2. fig. Admirado,
assombrado, espantado, maravilhado.
“Além
de ver tudo com os seus olhos curiosos, os carros bonitos que não tinha lá em
cima, as casas grandes e limpas, almoçava com mano Xico na quitanda da praia e
depois ficava, banzo, a ouvir falar de coisas novas, coisas que, muitas vezes,
repetia nos meninos da mesma idade, alguns mesmo meninos de escola que não
aceitavam.” Vieira1988:15.
baobá.
s.m.
|| Imbondeiro.
baoio, ba-oio
ou ba-woyo.
adj.
e s.cd. ETIM. Woyo, kik., s.(mu-, ba-). || Designações
por que é também conhecido o povo Oio, do grupo etnolinguístico Quicongo, e o
seu dialeto, da língua do mn. O nat., o hab. ou o que pertence ou se refere a
esse povo ou reg., Uoio, a S de Cabinda. [Redinha 1970].
baquamátui, ba-quamátui.
s.cd.
|| mq. Cuamato [Redinha].
baquanhama, ba-quanhama.
s.cd.
|| mq. Cuanhama [Redinha].
barbadinho.
s.m.
|| Bigodinho.
barbado.
adj.
|| Quimuezo.
barbas.
pop.
s.f. pl. || Raízes aéreas da Mulemba.
Depois de cozidas e adoçadas, são utilizadas no tratamento de constipações.
“Pois, por muitos anos, eu andei puxando, /
dia a dia, as barbas da velha mulemba, / nelas fiz balouço, fiquei balouçando;
/ e a velha mulemba não ficou zangada, / nunca me fez nada, / nem um só açoite,
nem um só lamento, / senão a carícia das suas longas barbas / no meu rosto, no
meu corpo, quando o vento / as beijava e fazia estremecer…” Victor 1958:26.
barbudo.
adj.
|| Quimuezo.
barbudo-de-dez-barbas.
s.m.
|| Barbula.
s.f.
ETIM. Dibalabula, kimb. portg., s.(di-, ma-),
barbo, lúcio, robalo. [Assis
Jr.]. ||
TAX. Animalia, Teleostei,
Perciformes, Polynemidae, Galeoides
decadactylus (Bloch, 1795), syn. G. polydactylus, Polynemus astrolabi, P. decadactylus,
P. enneadactylus, P. polydactylus. A designação genérica, Galeoides, do grego, significa “semelhante
ao tubarão.” [FishBase,
ITIS]. ZOO. A barbula,
barbudo-de-dez-barbas ou capitão-barbudo, é um peixe que deve o nome comum aos
barbilhos que desenvolve por baixo da mandíbula. MORF. Atinge a maturidade
com 11,6cm e o c. de 30-50cm. A mandíbula é mais curta do que o focinho, que é muito
curto, contundente e proeminente; a borda posterior da maxila é apenas
ligeiramente expandida; a boca é inferior; tem 9 espinhas dorsais, 9-10
filamentos peitorais curtos (barbilhos), não excedendo o c. da barbatana peitoral
superior; o é corpo moderadamente alongado e comprimido; as 2 barbatanas
dorsais são claramente separadas (a 1ª com 8 espinhas e a 2ª com 1 espinha
flexível e 13-14 raios macios) e a caudal bifurcada; a 2ª barbatana dorsal e a anal
são quase do mesmo tamanho; a barbatana peitoral é inserida no corpo; as escamas
são ctenoides. O corpo é uniformemente prateado, com a parte superior cinza e a
barriga branca. Apresenta um grande ponto preto arredondado, aproximadamente
igual ao diâmetro do olho, geralmente visível sob a linha lateral, atrás do opérculo.
REPR. É uma espécie
protândrica, de fertilização externa. Os ovos, dispersos no substrato, não são
guardados pelos progenitores. ECO.
É um peixe marinho, salobre, demersal, tropical e subtropical, que vive à prof.
de 10 a 70m, em fundos arenosos e lodosos. Alimenta-se de invertebrados bentónicos.
Ocorre no Atlântico Oriental, na costa ocidental africana, desde as Ilhas
Canárias e Marrocos até Angola, esporadicamente na Argélia e Namíbia. UTIL. Vende-se fresco,
seco, salgado ou defumado. CONS. Em 2011, o Grupo de Trabalho do Comité das Pescas do Atlântico
Centro-Oriental - CECAF, considerou os stocks de barbula sobreexplorados,
particularmente em Angola, Benim, Congo, Costa do Marfim, Gabão, República
Democrática do Congo e Togo. A partir de 2004, os stocks compartilhados entre
Marrocos, Mauritânia, Senegal e Gâmbia já haviam sido também considerados sobreexplorados
A barbula está listado na IUCN Red List como NT. [FishBase, IUCN].
bardador.
s.m.
|| Bardo, cantor, poeta, trovador.
“Seria um contador de estórias, um bardador,
um de brincadeira ou um bandido?” Rui 1999:17.
mbarikila.
kimb.,
s.(-, ji-). || Barquila.
baringa.
adj.
e s.cd. || O.OC. de Badinga.
barona.
gir.
ETIM. f. impr. de Barão. || Rapariga ou mulher vistosa ou
atraente.
“E assim, ela, dona e barona, manhã de tudo,
se exalava de hálitos.” Rui 1999:9.
barquila.
s.f.
ETIM. adap. de Mbarikila, kimb., s.(-, ji-), ms. [Assis Jr.]. || Diz-se do
negócio secundário que se processa à margem do principal. Mercadoria
suplementar, que se vende separadamente.
“Burgo essencialmente comercial datando a sua
existência da conquista das minas de Cambambe, por toda a parte se vêem carregadores
libolos, de dentes aguçados; quissamas de3 cabelo entrançado com bagos de
kambundu nas pontas; aqueles empregados no transporte de latas, barris, fardos
de umas para outras casas, e estas na venda de produtos, além do negociador
gentio que à quitanda vai fazer provisões ou trocar às ocultas uma barquila de
borracha, ou cera na loja vizinha;” Assis Jr. 1985:13.
barra.
s.f.
gir. SIN. Barrão, Barrote. ||
Nota de mil kwanzas.
“Depois aquelas cinco tentativas no aeroporto
mas em vão e após última revista completa, julgaram remexer a trouxa toda, burros,
ainda com armas aperradas, nem deram encontro com o lenço amarrando as cem
barras que era o pouco junto, ajuntadinho, as notas quase nem se descolavam
umas das outras. “ Rui
1999:34.
barracões. [img.]
s.m.
|| No final do século XIX, quando Portugal começou a ontensificar a colonização
do interior de Angola, nas terras altas da Chela, com bom clima e grande potencial
agrícola, começaram a formar-se colonatos agrícolas. A 19 de Janeiro de 1885
chegaram os primeiros colonos, 222 madeirenses que, nas margens do Caculuvar, a
três quilómetros do centro da atual cidade, levantaram duas enormes estruturas
de pau-a-pique e teto de capim, uma para homens e outra para mulheres, onde se
alojaram, até serem construídas as habitações permanentes. Foram esses
“barracões” que deram o nome ao lugar.
“Todos os Domingos vinha um sacerdote da Missão
da Huíla celebrar missa, no local que ficou conhecido como «Os barracões».”
Trabulo
2007:49.
barra de manteiga.
loc.s.
|| Variedade de tecido riscado de algodão, com quadrados largos - da barra dos
quadrados derivou a designação - de que, antigamente, se confecionavam lenços
de cabeça e panos de bessangana.
barrão.
s.m.
SIN. Barra, Barrote. ||1. Nota de mil escudos
coloniais. ||2. Nota de mil
kwanzas.
barriga-de-jinguba.
idiom.
||1. Obesidade. Barriga
proeminente. ||2. Indivíduo barrigudo,
pançudo.
barrocar.
v.intr.
|| Viver em barrocas, o ladrão. Acoitar-se em barrocas.
barrocas.
[img]
s.f.
|| Barrancos onde se situa o Bairro da Boavista, em Luanda. Foi, antigamente,
coito de ladrões e vadios.
barroqueiro.
s.m.
|| Ladrão ou vagabundo que se acoitava nas barrocas.
barrote.1
s.m.
gir. SIN. Barra, Barrão. ||1. Nota de mil escudos coloniais. ||2. Nota de mil
kwanzas.
barrote.2
s.m.
|| Tunga.
barulhar.
v.intr.
e tr. ||1. Fazer barulho. ||2. Xuxualhar.
basar.
v.
intr. e tr. || impr. de Bazar.
“
– Mas em que guerras é que o camarada
combateu, se mesmo quando esteve a fenelá basou de casa e só veio quando
acabaram os bombardeamentos? “ Rui 1991:21.
basaula.
/ss/
kimb. s.(mu-, ba-, arc.). || Bassaúla.
mbasi.
umb.
s.(o-, olo-). || Báxi.2.
bassaruca.
adj.
e s.cd. ETIM. adap. de Salúka, kimb. s.(ku-, maku-), demência,
desarranjo mental, fig. insensatez; Kusalúka,
v., perder o juízo, estar maluco, doido [Assis Jr.]. O.OC. Bazaruca. || Alienado, demente, doido,
insensato, louco, maluco, mentecapto.
bassaúla.
adj.
e s.cd. ETIM. adap. de Basaula, kimb. s.(mu-, ba-, arc.) [Ribas]. || Povo do grupo
etnolinguístico Quimbundo e o seu dialeto, da língua do mn. O nat., o hab. ou o
que pertence ou se refere a esse povo ou reg., do Libolo, a S do Cuanza. [Redinha 1970].
basolongu.
/ss/
kik. s.(mu-, ba- arc.). || Bassolongo.
“E o pedido que trazia, para que ela, com a
sua influência entre os basolongo, fizesse vir ali a pequena Ngalasa, fica-lhe
na garganta, tapado por um suspiro de indecisão.” Abranches 1996:250.
basongu.
/ss/
kimb. s.(mu-, ba- arc.); txok. s.(ka-, tu-). || Bassongo
ba-sonso.
s.m.
ETIM. Basoso, kik. s.(mu–, ba–). ||
Designação, do antigo marquesado do Sonso, por que é também conhecido o povo
Sosso, do grupo etnolinguístico Quicongo, e o seu dialeto, da língua do mn. O
nat., o hab. ou o que pertence ou se refere a esse povo ou reg. [Redinha 1970].
basoso.
/ss/
kik. s.(mu–, ba–). || Bassoso.
bassicongo.
s.cd.
ETIM. adap. de Bakongo, kik. s.(mu-, ba-), ms. ||
Designação por que é também conhecido o povo Muxicongo, do grupo etnolinguístico
Quicongo, e o seu dialeto, da língua do mn. O nat., o hab. ou o que pertence ou
se refere a esse povo ou reg. [Redinha 1970].
bassongo.
adj.
e s.cd. ETIM. adap. de Basongu, kimb. s.(mu-, ba- arc.); txok.
s.(ka-, tu-). || Designação por que é também conhecido o povo Songo, do grupo etnolinguístico
Quimbundo, e o seu dialeto, da língua do mn. O nat., o hab. ou o que pertence
ou se refere a esse povo ou reg. [Redinha 1970 ].
bassolongo.
adj.
e s.cd. ETIM. adap. de Basolongu, kik. s.(mu-, ba-), ms. O.OC. Bassorongo. || mq.
Solongo.
“Além disso, o teu caso ainda é pior que o
meu porque o teu Tio, o Velho Nepungi a Ngnga, comanda os guerreiros mais
famosos do Soyo, os verdadeiros jinkaji za vita dos basolongo.” Abranches 1996:19.
bassorongo.
adj.
e s.cd. || O.OC. de Bassolongo.
bassosso.
adj.
e s.cd. ETIM. adap. de Basoso, kik. s.(mu-, ba-) || mq. Sosso.
bassuco.
adj.
e s.m. ETIM. adap. de Basuku, kik. s.(mu-, ba-). O.OC. Bassuko. || Designação por que é também conhecido o
povo Suco, do grupo etnolinguístico Quicongo, e o seu dialeto, da língua do mn.
O nat., o hab. ou o que pertence ou se refere a esse povo ou reg. [Redinha 1970].
bassuela.
adj.
e s.cd. ETIM. form. impr. de Masuela, kimb. s.(di-, ma-). ||
Designação por que é também conhecido o povo Massuela, do grupo etnolinguístico
Quimbundo, e o seu dialeto, da língua do mn.
O nat., o hab. ou o que pertence ou se refere a esse povo ou reg. [Redinha 1970].
bassuko.
adj.
e s.m. || O.OC. de Bassuco.
bassula.
s.f.
de Bassular. O.OC. Baçula. ||1. Golpe de luta entre
pescadores de Luanda em que, com um jeito do corpo ou das mãos, se derruba o
adversário, erguendo-o e estatelando-o, após o que se procede à sua imobilização.
||2. Finta, quilapanga,
rasteira. ||3. pôr na b.: bassular.
||4. passar uma b.:
Bassular. Rasteirar. fig. Fintar.
“O rapaz usava óculos e falhou o soco na
cara; aí, sem custar nada, Zeca caçou-lhe o braço e passou-lhe uma bassula nas
costas, mergulhou-lhe em cima da areia.” Vieira 2000:37.
bassulado.
adj.
de Bassula. O.OC. Baçulado. || Aquele
ou o que sofreu o efeito de uma bassula. Fintado, rasteirado.
bassulagem.
s.f.
O.OC. Baçulagem. || Ato ou efeito de bassular.
bassular.
v.intr.
e tr. ETIM. Kubasula, kimb., v., quebrar [Assis Jr.]. O.OC. Baçular. ||1. Aplicar uma
bassula; rasteirar. ||2. fig. Atraiçoar,
enganar, iludir, ludibriar.
bassuleiro.
s.m.
SIN. Bassulista. O.OC. Baçuleiro. ||
Aquele que aplica ou pratica a bassula.
bassulista.
s.cd.
O.OC. Baçulista. ||
Bassuleiro.
bassundi.
adj.
e s.cd. ETIM. adap. do kik. Basundi, s.(mu-, ba-). || Designação por
que é também conhecido o povo Sundi, do grupo etnolinguístico Quicongo, e o seu
dialeto, da língua do mn. O nat., o hab. ou o que pertence ou se refere a esse
povo ou reg. [Redinha
1970].
basuku.
/ss/
kik. s.(mu-, ba-). || Bassuko.
basundi.
kik.
s.(mu–, ba–). || Bassundi.
bata.
s.cd.
ETIM. adap. de Mbata, kik., s. (ku-, ma-). || Povo
também chamado Mambata, do grupo etnolinguístico Quicongo, do antigo Ducado ou Reino de Mbata, a NE dos Sossos, “tidos como uma fusão dos Zombos e Sossos”, e
o seu dialeto, da língua Quicongo. O nat., o hab. ou o que pertence ou se
refere a esse povo ou reg. [Redinha 1970].
“Assim dizem que [o Manicongo] ao de senhor
do Congo juntava o de Angola, Macomba, Ocanga, Cumba, Lula, Zenza, bem como o
senhorio dos ducados de Bata, Sunda, Bamba, Ambuíla e territórios dependentes,
e ainda aquele dos condados do Songo, Angoy, Cacongo, da monarquia dos Ambundos
e do grande e maravilhoso rio Zaire.” Ivens 1998a:56.
mbata.
kik.
s. (ku-, ma-). ||1. vd. Bata. ||2. Antigo reino do N
de Angola, tributário ao Reino do Congo. “Mbata, a Leste junto ao rio Cuango,
era um reino que se submetera voluntariamente ao Rei do Congo; o Mani Mbata era
escolhido dentro da Kanda Nsaku e eleito pelo povo; o Mani Mbata era o único a
poder sentar-se à mesa do Rei e seria ele o sucessor do Rei do Congo caso a
Kanda Real não tivesse quem sucedesse no trono.” [CEA :44].
batamuto.
s.m.
ETIM. adap. de Batamutu, kik., s.(mu-, ba-). || Povo do grupo
etnolinguístico Quicongo e o seu dialeto, da língua do mn. O nat., o hab. ou o
que pertence ou se refere a esse povo ou reg., no Bembe. Ao N de Angola. [Redinha 1970].
batamutu.
kik.
s.(mu-, ba-). || Batamuto.
batata.
s.f.
O.LING. Mudiiu (batata de semente) e Mbonzo (batata-doce), kimb. [Assis Jr.]. ||1. b. lemba:
variedade de batata-doce cor-de-rosa; do kimb. Mbonzo-ia-nda-lemba [Ribas]. Cará. ||2.
b. rena: corr. de Batata do Reino.
batchenu.
s.cd.
O.OC. Tchenu. || Habitantes
do Congo, anteriormente à chegada de Nimi a Lukeni, cf. Ivens. “Dapper,
geógrafo holandês, e o seu tradutor Ogilby, também de seus títulos nos falam, e
se em verdade omitem alguns, trazem a lume outros novos. Assim dizem que ao de
senhor do Congo juntava o de Angola, Macomba, Ocanga, Cumba, Lula, Zenza, bem
como o senhorio dos ducados de Bata, Sunda, Bamba, Ambuíla e territórios
dependentes, e ainda aquele dos condados do Songo, Angoy, Cacongo, da monarquia
dos Ambundos e do grande e maravilhoso rio Zaire. Em todos os casos, bastam as
singelas enumerações precedentes para darem uma ideia do poderio dos monarcas
do Congo ao tempo; esses descendentes de Luqueni, ou Nimia-Luqueni, que, tendo
vindo, conforme parece, do Oriente, investiram com as terras de que tratamos e,
desbaratando os Tchenus ou Batchenus, seus habitadores, avassalaram os grupos
dispersos, fundando o estado do Congo.” [Ivens 1:56/57].
batente.
pop.
s.m. ||1. Local de trabalho.
||2. Amante, namorado.
bater.
v.intr.
e tr. || Zangular.
bater o fúnji ou o pirão.
loc.v.
|| Amassar a fuba, com o guíco, para confeção do fúnji ou do pirão.
ba’tuka.
kimb.
|| O.OC. de Ba atuka.
batucada.
s.f. ||1. Ato ou efeito de batucar; percussão do
batuque; dança ou festa com batuques; barulho de batuques. ||2. Som produzido por
pancada ou batida com as mãos num qualquer objeto, a ritmo cadenciado.
“Tenho na minha voz ardente o grito / desses
gritos febris das batucadas, / nas noites em que o fogo das queimadas / parece
caminhar para o infinito...” Victor 1958:19.
batucado.
adj.
|| Ritmado ou tocado por batuque.
“E as
primeiras maçarocas foram colhidas e pela primeira vez se ouviram os pilões a
trabalhar, naquele ritmo batucado sempre igual, de redenção.” Pepetela 2010:113-114.
batucador.
s.m.
SIN. Batuqueiro. ||
Tocador ou dançador de batuque.
batucar.
v.intr.
e tr. de Batuque. ||1. Fazer soar ou tocar
o batuque; dançar ao som do batuque. ||2. Dar pancadas ou bater com as mãos num
qualquer objeto, a ritmo cadenciado. ||3. fig. Bater aceleradamente (o coração).
“Cantou-se e batucou-se até o sol querer
parar na festa.” Rui
1999:69.
“Bati, batuquei na mesa com raiva, com o povo
e os meus amigos, roucos do vinho, uma canção de protesto, até despontar a
madrugada.” Vieira
1977:135.
“Com depressa, depressa, batucava também o
coração de Lomelino e a vontade de falar na justiça, as queixas que tinha posto
no Kam’tuta eram um falso.” Vieira 2000:69.
s.m.
ETIM. kimb. Ba atuka ou Ba’tuka, local onde se salta ou se pinoteia. [Ribas]. SIN. Adingo, Dungo,
Hengoengo, Capopo, Catanga, Cula, Goma, Hejego, Landingo, Massiquilo, Messaqui,
Mondo, Mucubile, Mungomba, Mucupela, Mussaco, Odigo, Puíta, Tabalha, Tumba,
Vipuali, Xingufo, Yakupapa, Yakuvunga. ||1. Instrumento de percussão; bombo, tambor.
Apresenta formas e designações variadas de acordo com a região, aspeto, material
utilizado na sua confeção e som produzido. ||2. O som produzido pela percussão daquele
instrumento. ||3. Dança, divertimento
ou festa com acompanhamento de batuques. “Esta é a conceção mais moderna de
batuque. Mas não se esgota aí o conceito. Pode ser uma manifestação solista do
instrumento; pode ser uma atuação instrumental acompanhada de outros como a
dicanza, a gaêta, os chocalhos de cabaça, etc., de acordo com o povo ou região;
ou pode ter acompanhamento de vocalizações harmónicas, cânticos de cariz
social, ou refrães apenas poéticos. Na verdade, o batuque é uma espontaneidade
anímica dos povos africanos. Começou por ser uma manifestação que acompanhava
os ritos fúnebres, tendente “ à satisfação da alma a que se propicia semelhante
folguedo, a fim de lhe minorar a tristeza, pelos entes que deixou. Nesta
conformidade, as danças obituárias não constituem, como ordinariamente se
julga, uma natural manifestação de folia, antes uma forma de expressão
religiosa. Os batuques organizam-se de noite, geralmente começando à tardinha.
Se respeitam a óbitos, podem durar noites inteiras, mesmo um mês, tratando-se
de potentados.” [Ribas
1997:18-19].
“Um modelo comprido e ligeiramente troncónico, com dois tímpanos, era privativo
dos Muatiânvuas. Um outro, elegante, em forma de cálice com pé longo, decorado
com entalhes geométricos e figurativos e com torneado artístico, era privativo
de cerimónias e rituais dos sobas Xinjes e Jagas. Um batuque que pertenceu à rainha
dos Mussucos tinha sido despojo de guerra de um combate com o soba lunda Nzovo,
inimigo figadal dos Mussucos. Afirmava-se que a pele dos tímpanos era humana,
do corpo de um inimigo. “A construção de tambores tem, ora evoluído para formas
modernas mais simples, ora descaindo em improvisos, que chegam à aplicação de
tímpanos em barris de importação de vinho. Na Huíla fazem-se tambores pequenos,
de bojos inflados, ornados com cabeças de bois entalhadas. Os conjuntos de
música africana aculturada usam diversos modelos geralmente pequenos. Alguns
desses tambores são troncónicos, cavados em madeiras macias, com um tímpano de
couro e decorados com pinturas policrómicas reproduzindo paisagens e conjuntos
figurativos.” [Redinha
1988].
Quanto à musicalidade do batuque, que muitos consideram minimalista, diz
Redinha: “Os musicólogos iniciados na música africana, insurgem-se contra a
designação por vezes frequente, embora talvez literária de se tratar como
selvagem a música dos Negros e, a esse respeito, foi […] o P.e Giorgetti que
se exprimiu assim: «Selvagens são os cantos que os europeus imitam mal, e fazem
passar por música africana, equivocando ritmo e tonalidade. A propósito dos
estudos que fez sobre o tambor, manifesta que os europeus conhecem mal este instrumento,
usando para o fim esta curiosa expressão: «Nós, na arte do tambor somos
primitivos». Observa que os jovens africanos se exercitam na arte do tambor
tocando durante horas inteiras, à procura dos novos ritmos, resultantes dos
seus cruzamentos com outros tambores, inebriando-se neste movimento musical. […] Para Giorgetti o
tambor em África vem a ser o avô dos instrumentos.” Contrariamente ao que se
pensa, os africanos não são, a nível musical, selvagens ignorantes: há registos
escritos de “antigos viajantes e etnógrafos” que referem que “os bantos, neles
abrangidos os povos da Lunda, davam nomes às notas da escala natural e
distinguiam os acidentes.” [Redinha 1988].
“Tempos depois, quando passou ao largo da
sua antiga senzala, a caminho do Posto do Cuilo, ouviu os patrícios cantarem ao
som dos atabaques do batuque uma canção em que se falava do traidor Caluis, que
matou o soba e entregou as mulheres da sua terra aos soldados brancos e negros
estrangeiros.” Soromenho
2001:49.
“somos os teus filhos / dos bairros de
pretos além aonde não chega a luz eléctrica / os homens bêbedos a cair /
abandonados ao ritmo dum batuque de morte / teus filhos / com fome / com sede /
com vergonha de te chamarmos Mãe / com medo de atravessar as ruas / com medo
dos homens / nós mesmos” Neto 1974:35-36.
“Estás a ouvir este batuque, mas não
sabes o que ele significa. Para os brancos, o batuque é festa, libertinagem,
bebedeira. Mas para eles é muito diferente. Este é um batuque religioso. Ontem
foi enterrado um preso e estão a fazer o batuque dos mortos, atrás do muro do
cemitério. Nós estamos entre a prisão onde o homem morreu, na senzala dos
sipaios, e o cemitério. O tambor é a grande voz de África. Nunca me esqueci do
que me disse um africano que conheci em Benguela: «Só se conhece a África
depois de se compreenderem todos os toques de tambores. Quando se deixarem de
ouvir os tambores, a África estará morta.» Sempre que ouço um tambor, lembro-me
desse amigo de Benguela. Ouço e sinto que a África está bem viva na voz dos seus
tambores.” Soromenho
1979:191.
“E meus versos são feitos desse canto, / que
o vento vai cantando, em riso e pranto, / quanto o batuque avança desflorando /
o silêncio de virgens madrugadas.” Victor 1958:19.
batuqueiro.
s.m.
||1. Batucador. ||2. Ministro de culto
de religião africana. Pai-de-terreiro. [Ribas].
bauoio.
adj.
e s.m. ETIM. adap. de Bawoyo, kik., s.(mu-, ba-), ms. || o mq.
Uoio.
ba-vale.
s.m.
|| Designação por que é também conhecido o povo Evale, do grupo etnolinguístico
Ambó.
bavi.
sig.
s.m. ||1. Marca de bebida
alcoólica.||2. antonom. Bebida
alcoólica.
“Copo de Bavi só mesmo a Donana sangue dela
uva está beber...” Macedo
1977:136.
bavili
ou ba-vili.
adj.
s.cd. e kik. s.(mu-, ba-). || Designação por que é também conhecido o povo
Vili, do grupo etnolinguístico Quicongo, e o seu dialeto, da língua do mn.. O
nat., o hab. ou o que pertence ou se refere a esse povo ou reg. [Redinha 1970].
bavugo.
s.m.
|| Espécie de tubo de compressão dos !Kung [Redinha 1988:42].
ba-wongo
ou bawongo.
adj.
e s.cd. || Nome por que é também conhecido o povo Cacongo, do grupo
etnolinguístico Lunda-Quioco e o seu dialecto da língua Utxokwe. O nat., o hab.
ou o que pertence ou se refere a este povo ou reg. [Redinha 1970].
bawoyo.
kik. s.(mu–, ba–). || Bauoio
baxi.1
antr.
s.m. ETIM. adap. de Mbaxi, kimb. portg., ms. [Assis Jr.]. || Sebastião.
“
– Ená, Mbaxi! Vê ainda o rapaz, pópilas!
Tem pessoa de família para comer...” Vieira 2000:39.
“
E logo o director do enterro começou a
chamar o Cassabalo e o Burica que levavam as trancas, e eles, do grande mar de
machilas que afogava o enterro, surdiram segurando umas tungas forradas de
negro com espirais de galão amarelo, que passaram por baixo do caixão, e com o
Feleciano e o Baxi carregaram-no até à igreja do Carmo.” Troni 1991:61.
baxi.2
s.cd.
ETIM. adap. de Mbasi, umb., s.(o-, olo-), amante,
amásia, barregã, meretriz, namorada/o [Daniel]. SIN. Camuto.4. || Amante. Namorado.
mbaxi.
kimb.
portg. || Báxi.1
baxicongo, ba-xicongo ou baxi-congo.
adj.
e s.cd. ETIM. adap. de Baxikongo, kik. s.(mu-, ba-). ||
Designação por que é também conhecido o povo Muxicongo, do grupo etnolinguístico
Quicongo, e o seu dialeto, da língua do mn. O nat., o hab. ou o que pertence ou
se refere a esse povo ou reg. [Redinha 1970].
baxiluanda.
adj.
e s. cd. ETIM. form. impr. de Axiluanda,
kimb. adj. e s.(mu-, a-). || Designação por que é também conhecido o povo
Muxiluanda, do grupo etnolinguístico Quimbundo, e o seu dialeto, da língua do
mn. O nat., o hab. ou o que pertence ou se refere a esse povo ou reg. [Redinha 1970].
baxikongo.
kik.
s.(mu–, ba–). || Baxicongo.
baxoxa.
s.f.
ETIM. Baixo, port. adj. || Designação infantil
da vagina. [Ribas].
bayaka.
kik.
s.(mu-, ba-). || Designação por que é também conhecido o povo Iaca, do grupo etnolinguístico
Quicongo, e o seu dialeto, da língua do mn. O nat., o hab. ou o que pertence ou
se refere a esse povo ou reg. [Redinha 1970].
bazamento.
s.m.
|| Ato ou efeito de bazar; abandono, fuga.
bazante.
adj.
e s.cd. de Bazar. || Fugidio,
fugitivo.
“Parou à procura do Honório e ainda ouviu
umas fra-ses, porque o Partido no poder, arrogante e déspota, tinha
demagogicamente instituído umas rendas de casa ridículas nesses prédios todos,
abandonados pe-los antigos proprietários, colonos bazantes para a Metrulha, de
modo que o Estado não se sentia com obrigacção de investir o dinheiro simbólico
que ganhava com as rendas para reparar as casas […]” Pepetela 2001:45-46.
bazar.
v.
intr. e tr. ETIM. kimb. Kubaza, v., estalar, estourar, explodir,
rebentar, fender, rachar [Assis
Jr.], ref. ao repentismo da acção [Ribas]. O.OC. Basar. ||
Abandonar, debandar, fugir, retirar-se repentina ou precipitadamente.
“Mais velho Mateus, chateadíssimo no seu
canto e sempre a insistir com Dona Mingota, sua esposa e mãe do noivo, para
bazarem já porque aquele era um casamento espúrio, sem cerimónia religiosa de
nenhuma espécie, comentou para a mulher.” Pepetela 2001:12.
“Apareceu do nada, de fato e gravata. Depois
bazou sem dizer água vai.” Agualusa 2017:142.
bazaruca.
adj.
e s.cd. || o mq. Bassaruca.
bazeza.
adj.
e s.cd. ETIM. kimb. Kuzóza. v., tornar lasso, bambo, ficar
frouxo, alquebrado, gasto [Assis
Jr.]. ||
Bobo, frouxo, idiota, imbecil, molengão, palerna.
“
– Tua mulher te manda? Vê lá se és bazeza…” Macedo 1977:47.
bazófia.
s.f.
e m.|| Funza.
bazombo.
adj.
e s.m. e kik. s.(mu-, ba-). || Designação por que é também conhecido o povo
Zombo, do grupo etnolinguístico Quicongo, e o seu dialeto, da língua do mn. O
nat., o hab. ou o que pertence ou se refere a esse povo ou reg., entre Maquela
do Zombo e Damba. [Redinha
1970].
bebeca.
s.cd.
ETIM. adap. de Bebeka,
kimb. s.(-, ji-), ms. [Ribas]. O.OC. Bebeka. || O filho
imediato a Muhongo que, como os subsequentes – Qiuhu e Quimemu – é escravo
espiritual daquele, formando a corte espiritual do primeiro.
bebecar.
v.tr.
ETIM. kimb. Kubebeka, v., barrar, rebocar [Assis Jr.]. || Rebocar as
paredes interiores.
bebedeira.
s.f.
|| Piruca.
bêbedo.
s.f.
|| Piruca.
bebeka.
kimb.
s.(-, ji-) e s.cd. || O.OC. de Bebeca..
bebulular.
v.tr.
ETIM. kimb. Kubebulula, v., ms. [Ribas]. || Rebocar as
paredes exteriores.
bebeka.
s.cd.
|| O.OC. de Bebeca.
beçá.
s.f.
|| impr. de Bessá.
mbeçá.
kimb.,
s.(di-, ma-) || impr. de Besá.
beçangana.
s.f.
|| O.OC. de Bessangana.
nbêça ngana.
kimb.
s. || impr. de Besangana.
“Entrou vagarosamente, e com o tradicional
Nbêça ngana cumprimentou o Vampa, que acudiu todo apressado, com muito boas
palavras, a falar-lhe.” Troni 1991:83.
admário costa lindo
última atualização: 26.02.2018.